Sergio Moro
Não me surpreende quando o aclamado herói revela-se vilão em um determinado momento da história. Isentando os motivos que os levam a tal, destaca-se uma concepção que nunca se passa despercebida aos olhos de quem já está acostumado com a estirpe humana afogada em podridão: “A eterna dependência de um herói”.
Para que haja um herói, é necessário um vilão, certo? E para se existir o arqui-inimigo é necessário que haja um herói, certo²?
E quando todos virem seus heróis sendo derrubados um por um em um esquema fragmentado e frágil dentro de um sistema político fraudado há muito tempo como o que se encontra no Brasil atualmente? O que estes farão? Muitos ainda defendem o herói desacreditando da maldade do ser humano.
Acredito que às vezes o vilão rouba a cena por puro carisma, como quando Heath Ledger ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por interpretar o “Coringa” nos filmes de um dos heróis mais complexos retirado das histórias em quadrinhos. O vilão às vezes cativa mais o inconsciente das pessoas cansadas do mundo repleto de regras do que os heróis que lutam por ideais que todos nós já sabemos de cor.
Mas quando o herói torna-se vilão, a falta de carisma é o último de seus problemas, e se este ainda possui seguidores, isso faz dele o verdadeiro herói dos tolos (E isso é de fato, assustador)...
(Guilherme- Pensamentos vão com o vento)