In Nomine Nihilo
Se o mundo tem de acabar, que o seja por meio de uma brancura total, unívoca, universalizante e expulsante da Vida. Que tudo o que é humano se vá. Em questão de segundos. Sem explicação. Que só restem os insetos, os animais vertebrados e as Universidades -- para serem habitadas por quem de merecimento: os animais irracionais, que delas fariam melhor e mais sensato uso. E que, nessa brancura mórbida, símbolo do luto oriental, rumo o infinito, o Nada atribuísse novo significado à Vida. E o Vazio construísse sua morada ao lado de Deus -- seu representante mor. Que o Nada tenha ao menos uma chance de sê-lo em favor da Libertação do Planeta Terra desse projeto débil que é a humanidade. Pois o Nada ao Eterno pertence. Ao Eterno -- nem a Deus, nem a Lúcifer. Faces da mesma moerda humana.