Antiga companheira
O que dizer de uma forma nobre e peculiar desenhada no papel letras torneadas de beleza e mistério aguçando sensações, emoções, euforia,
lamentos que faz cortar o peito, sangrar a alma, dor que coroe até os ossos mais rígidos do corpo.
Soltar o grito mudo de quando se quer falar algo que ninguém quer ouvir
ou deixar borrar no papel a súplica de uma pergunta sem resposta.
A expressão de mim mesma rascunhada nas linhas sem pauta de uma folha amarelada pelo tempo que induz a amassa-la e joga-la de lado.
E o vazio continua não apenas nas folhas em branco, mas dentro de mim.
Meu conforto é a certeza de que não estou só, frente a frente com ela, minha antiga amiga e companheira máquina de escrever.