Desnatureza
A corda da vida que une mãe e filho
Fizeste questão de romper...
─Vai, voa, cresce, seja bruto, selvagem, crie tua vivência.
Mãe!!! Por quê?
Corpo estranho; deixaste substituir o tal amor paterno!!! Por quê?
O que te faltava, ó mãe?
Pois respondo-te...Nada!
Eras feliz, ou melhor, éramos!
Tesouro trocado por papel, fomos jogados ao léu;
Por quê? Responde!
De ti; tua boca amarga, dura, ardente, ouvi
Muitas coisas farpadas e cortantes.
Quebraste em mim o espelho de heroína, figura dourada
resplandecente que de ti detinha em meu coração!!!
Ó não, me responda. Não desfaleça na escuridão
Faça-te sã novamente
Qual o mal que paira em tua mente?
Diga-me!
Morimbudamente, digo-te, coitada!
Que o astro rei, sublime, tenha pena de ti e de tua beleza.
Perdir-lhe-ei que preserves a teu corpo, mas que marques tua face
para que ti lembres da repulsa que sentias de tua prole ou enteados,
se assim o quer; lembre que foi tu, oh fera negra
a base da destruição.
Agora, vou-me, sim...Esqueça-me!
Dar-te-ei o último beijo. Lembre-te apenas da
dor que te causei quando de ti suguei a força
de minha térrea nutrição e meu nascimento.
Isso não se compara, na menor das angústias, ao meu sofrimento.
Agora...
...
...
Vou-me...