Descarte de objeto humano (ou será do humano objeto?)

Capitalizamos as relações. Isso não é novidade, não sou eu quem diz; mas reflito: tomo consciência do objeto que sou, da categoria Sartriana de "Ser" que me tornei. É talvez o primeiro e o mais doloroso passo de resgatar a liberdade a qual estamos estamos fadados - a de desprender o pensamento das amarras consumistas tão banais e fúteis; em um momento, em um pequeno espaço e numa única dimensão, ainda é possível ser sujeito - mas sem sujeição : deslocar-se novamente da posição de objeto. Mas seguimos : vivemos paixões intensas, quase "cinemáticas"; em minutos o "match" - de fato trata-se de um jogo - é desfeito. E o animal humano , que nunca soube ,ao menos, aproveitar os seus restos - não aduba, não reaproveita - apenas designa seu ex-amante para o aterro: Expolia dele a condição de ser-para-si e lhe confere a posição de um ser - em si - mera aparição -, apenas existe no mundo; perdeu a dinâmica... Mas ambos transbordam pulsão de morte... Inatividade quase não orgânica... Não mais objeto de desejo; Fez-se objeto desinternalizado: vomitado foi! Mas não sabe que é objeto e também é máquina objetificadora de sujeitos ... Anda perdido... Até que liberta-e: toma consciência da condição de lixo que se encontra... Uma gratificação dolorosa

Abraão Rodrigues
Enviado por Abraão Rodrigues em 07/06/2019
Reeditado em 08/06/2019
Código do texto: T6667655
Classificação de conteúdo: seguro