BAND-AID

Há quem pense que uma desilusão amorosa possa ser curada com a chegada de um outro amor. Concordo, em parte. E, claro, respeitando o pensar de cada um. Penso que um amor desiludido não pode e não deve, simplesmente, ser substituído por um outro amor, se ainda arde no peito a dor da desilusão. Penso que não se cura a dor de amor como se cura ressaca; repetindo a dose. É uma cura disfarçada, mascarada e pode doer o dobro depois. Não podemos transferir as frustrações de um amor desencantado para a próxima relação. Não devemos fazer do futuro amor um "BAND-AID"; um curativo para a ferida que ainda sangra. O amor para acontecer, precisa de um coração leve, já cicatrizado, disponível e inteiro, para a entrega plena. O amor quando acontece precisa ser despretensioso, precisa vir do nada, sem aviso, sem programação e, ser tudo. E, pra isso, necessitamos curar o coração. Sem métodos paliativos, mas com medidas definitivas. Um coração desiludido se cura com um outro tal de amor, chamado: Amor Próprio. Esse amor, aliado ao tempo, costuma fazer milagres, ele cura e nos devolve a nós mesmos. O outro amor, quando acontece, depois da cura, nos torna "imortais, enquanto dura".