NA ALMA DE UM SUICIDA
Desterrado de su'alma (a que, portanto se crê)
Ai! Quem te roubou teu juízo, meu triste irmão?
Do pranto a afogá-lo em su'ansiedade... nefasta e vã
Pelas sombras de teus fantasmas a que permitistes dialogar contigo
Ah! Quem dera se teus ouvidos tapassem a estes mensageiros da morte!
Pelo menos ou, principalmente, naquel'instante!
E, a partir d'aquela hora vede oh! que se acatou às suas vozes
Dos ouvidos turvos a que não mais escutaram a sensata razão
E, no amargor de sua louca essência d'agora, eis que dá termo a si próprio
Daquele que não tanto amou a morte pelo qu'então a buscou
(e a encontrou!)
Mas pelo o que não mais amou a vida
(e, portanto desejou dela fugir!)
Oh! perversas e, portanto nocivas vozes
A habitar ao tanto que insistem em ficar em nossos corações
Em nossas almas... templo santo de Deus!
Ai! Existirá algo mais enganoso e cruel qu'elas no prazo dest'exílio?
Ai! por que confiou em teu maldito pensar?
Por que não deixou aquele tenebroso e barulhento momento passar?
Afinal, o que aqui permanece para sempre... e não passa?
Tudo passa:
Os dias... e as noites
Os prazeres... e as dores
As alvoradas... e os ocasos
As alegrias... e os infortúnios
Os invernos... e os verões
Os outonos... e as primaveras
(estações... de seu tempo)
As venturas... e os males
Então, que ninguém chore pelo que num'hora nos deixa e vai embora
E que ninguém se desespere pelo que não fica aqui eternamente
Tudo passa!
***********************
06 de junho de 2019