Abraço da solidão

Nada vejo ao meu redor que me traga o calor que eu nessa cúpula fria sempre almejei. Não sinto o abraço da ternura, não sinto nada de outrem.

Cobiço atoa como um animal sedento de calor, no último suspiro que parece eterno, implorando pela próxima chicotada que o fará andar até uma fogueira apagada para morrer de frio e em solidão, com sangue correndo pelas feridas do coração.

Queria ver anunciado nos jornais o degelo dessa mácula, queria sentir-me aprisionado por braços e regras, queria ler lábios calados implorando por um beijo meu, queria propagar meus sentimentos, minha doçura intrínseca, minha ânsia de ceder e merecer afeto...

Um abraço encharcado de lagrimas é meu sonho dessa noite, e que dessa vez minhas lagrimas não se tornassem frias como todo coração que me cerca.