Ma que cosa!
Será que o teu trabalho tem alguma importância? Tua obra servirá como referência? Há tantas vidas inúteis por aí logrando êxito com a vadiagem, o crime, o farisaísmo...
É! É de amargar! É de se lamentar, é ou não é, meu chapa?
O Mal Estar é passageiro, não? Ennui... O Mal Estar é, com efeito, passageiro: passa por cima de nós.
Daí eu te pergunto: as grandes obras são pra empoeirar nas estantes das bibliotecas das catacumbas dos cemitérios do conhecimento? Porque as ínfimas, venais, encantam aos olhos do vulgo -- essa massa sem identidade.
Fernando Pessoa (2000), num "gesto epigráfico", insinua que os grandes autores devem permanecer desconhecidos. ECCO! Clap Hands! Hats off! Ora... Mas que estou eu falando de Autores? Se meus livros não interessam a ninguém a não ser a mim, se eu estou a coisa de menos de um ano de completar três décadas de ativa escrita (reativa, sonhadora, engajada, inquietant'etc.)? Que sei eu sobre a Literatura e seu Poder Libertador? Que sei eu que lecionei por quase duas décadas em escolas públicas? Que fui ouvinte na pós stricto sensu num curso de letras encabeçado por um careca arrogante e cretino, dono da verdade, líder de panelinhas de esquerda caviar?
Peterfrost... Boneco de Gelo! Acanêmico!
Cosa so di qualcosa? Assolutamente niente!
Ma che cosa!
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Referências
(O ano entre colchetes, seguido de "?", indica a provável data da primeira publicação do livro)
PESSOA, Fernando. Heróstrato e a busca da imortalidade. Trad. Manuela Rocha. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000. [1930?]