Sobre ter o corpo pedinte e o coração apaixonado
Caminhando entre rochas, rochosos sentimentos embutidos em meu coração. Múltiplas possibilidades e sensações de existência.
Crescida dentro do óbivo, padeço ao reconhecer-me, frente ao espelho aceitando-me carne e osso dentro da morada chamada corpo
Ele pede. Pede muito e exige das nuvens, dos ventos, da natureza, de forma egoísta, para que lhe dê repsostas
Do porque não pode ele voar sendo que o que tem dentro são asas tão grandes que machucam por não expandirem.
E prendo-me no oculto, então.
O maior vôo que consigo alçar tendo corpo é a paixão.
Paixão pela vida e, por hora, essa sensação que predomina, faz as veias pulsarem, a cabeça focar, as portas se abrirem, a alegria contaminar e a confusão prevalescer.
Paixão também pelo sexo específico que me dilata as pupilas, desenhando no meu peito o próprio aperto. Tomando forma de bicho que tem voz alta.
Eu a amo. É um fato de minha vida desde que ela cruzou meu olhar mais profundamente, desde que seus lábios tocaram os meus, eu a amo.
E me colco no desafio de amá-la
Me coloco no desafio de a querer, porque antes disso, preciso me querer muito mais.
Antes de ter a força de amá-la tive que criar forças para aprender me amar.