POBRE CARREGA ERROS
- Sorria! Como você está linda!
E pobre sorri?
- Sim, muitas vezes ao acaso e outras vezes programadas.
Mas o que é sorrir?
- É dizer que está tudo bem, num momento feliz.
E estamos felizes o tempo todo?
- Ser feliz completamente, ou acreditar que as palavras expressam sentimentos completos como a felicidade? Segundo alguns, felicidade é um tanto utópica. Por outro lado, em alguns momentos muitos sentem prazer que despertam sorrisos expontâneos, tal como a felicidade de um doce, uma viagem, dentre outros.
Entendo. Mas o que não entendo é por que o pobre compartilha tristeza em muitos momentos?
- Ora, é por que a felicidade tem uma ligação com os desejos. E como pobre as vezes acorda e dorme sofrendo sem satisfazê-los, sorrir é tarefa que vai ficando mais difícil.
E qual a consequência disso?
- Muito simples meu filhx, a tristeza dará lugar a outra coisa, - a violência provavelmente -. Mas antes mesmo disso, outros sentimentos são montados à força no raciocinar diário do pobre.
E que sentimentos são esses?
- São consequências daas experiências que só a vida dura pode dar, como por exemplo, a classe de pobres quase sempre é acusada de ser pouco sorridente. Dizem muitos abastados após reflexão, este é triste, aquele é desmotivado, o outro monstruoso.
Então o pobre é culpado?
- Sim meu filhx! Debaixo do sol, todos aqueles que não se aproveitam dos outros, pelo que chamam de oportunidades são tristes, pois, olha lá a mãe, que mãe horrível, batendo na cara de uma criança de 5 anos. Mas não é bater na cara, é fazê-la se deslocar ao chão com tamnho força. Proporcionalmente deve pesar toneladas de quem é uma mãe com seus 80kg.
Então a mãe é culpada?
- Claro, ela aprendeu certinho o que ela deveria fazer na tristeza.
Mas por que ela estava triste?
- O marido bebia, enquanto consumia sal e outros condimentos.
Mas por que ele consumia esses condimentos?
- Imagina filhxs, também queria ser feliz.
Mas ele não é feliz com os filhos e a mulher?
- Sim, mas lhe falta tudo que dizem existir. Ele é triste em geral, e naquele momento se revigora.
Mas no sal?
- Não sabemos quantos remédios existem para deslocar a mente, no entanto, sejam uns ou outros, muitos tomam para esquecer-se.
E quanto aos pequenos?
A culpa é das crianças, da mãe, do pai, dos pobres e da vida que abandona sua humanidade pela crítica.
E quem nos salvará dessa estrutura familiar de desgraças repetitivas?
- Senão Deus meus filhxs com a fé, então a fé, que até pode chegar em Deus, mas antes precisa das pessoas, com a difícil tarefa de ver no outro, aquele que nunca pode ser medido por si mesmo.
Xii, chove!
- Sim, chove!
Mas ela vai ficar na rua?
- Sim, ficará na rua!
Mas com um de 5 e outro de 2?
- Sim.
E as amigas?
- As amigas já não podem.
Por que?
- Passam por situações semelhantes.
Agora?
- Sim, pois, agora a pouco discutiam para ver se o tapa na tal menina chorona, - culpada pelo choro - havia sido tão forte quanto o das outras mães. A visão da ajuda é limitada, pois, a necessidade imediada é negligenciada. E se a mãe batedora do momento batia na filha tudo bem, mas parece que a questão agora era a proporção da força que se usava.
E o marido?
- Dizem que está chegando.
E a vida?
- Dizem que está passando.