Eu e a minha pequinês
Era noite, uma noite bem avançada e o céu,
ah! o céu de um azul intenso e muito estrelado.
E eu alí a fitar no silêncio a última estrela que podia enchegar.
Vez por outra o pensamento voltava a mim e eu estremecia, não de frio, mas por enxergar a realidade nua e crua.
Como pude muitas vezes me fazer arrogante, egoísta, mesquinho e perverso mesmo, ao não dar a devida importância a quem do meu lado caminhava.
É que as vezes por ser humano e dotado do livre arbítrio, me achava um deus, pensava estar acima de tudo e de todos, mas eis que chega a velhice e com ela as marcas dos açoites mais que necessários numa jornada reencarnatória terrestre.
Agora, agora já calejado de apanhar consigo ver a vida com a razão e deixar de lado a emoção.
A razão pondera, pensa, analisa e consegui enxergar com mais clareza o real sentido de viver encarnado.
A emoção cega, leva tudo ao coração e as vezes o coração falha e aí, aí caímos onde a lama é mais densa e difícil de ser vencida.
Como é magnífica a nossa galáxia, cheia de mistérios, como eu na minha pequinês poderia achar maior que sua grandeza.
Um dia quem sabe estarei daquela última estrela que pude enxegar, olhando a terra e pensando, como Deus é infinitamente bom, nesse dia não mais terei os defeitos que luto para saná-los.
Assim, só me resta agradecer dizendo do fundo do meu coração, obrigado Pai, por mais essa oportunidade.