Ao amigo
Um amigo me cobrou textos rebuscados.
Então lhe deixo aqui um excerto do que andei burilando nestes idos...
Depois de cismar noites e noites, buscando conceber algum entendimento deste incerto lampejo existencial, acabei mergulhando na Metafísica, na Filosofia, no Evangelho e nalguns copos.
Perambulei pelas passagens de raros viventes, permeei de Shakespeare a Bocage, de Epicuro a Morus, de Raul a Ana Vilela...
E por mais que me esforçasse, em profundidade e argúcia, ao cabo de longa ruminação, cheguei a este ponto.
A pergunta intermitente: o que vim fazer aqui?
A resposta fulminante: ser feliz!
Entretanto, como na ficção, há sempre o conflito, as falhas trágicas, os desvios...
O que se busca é o que se perde.
E a arte exemplifica tudo num refrão:
“Tristeza não tem fim; felicidade, sim...”.