Graças
Restam-lhe os casos que ficam na memória
E o bocado de bem viver que contigo lhe assevera
Como o moinho que não se toca sem o vento
Se faz de nada ao se destacar de sua pena
Logra em êxito, ainda que inconcluso.
Pobre o grande que se vê gigante
E do pequeno não observa seu alguém
Carregam em si traços de desesperança
Nos reflexos de suas desigualdes, se tangenciam:
O coitado que não levanta seus anseios
E o orgulhoso que se exibe, ao ser rico de vintém.
Em seus amontoados, lamentam-se ao lamentados.
Enquanto disputam o doleiro e o desabonado pela desgraça de ser ninguém
Desce o barranco o indolente debochado;
Mostra os dentes sem pedir benção à ninguém
Leva vida ao seu jeito, e faz se vida.
Satisfaz-se com seu jeito de coitado
Glorifica sua existência sem ser luz
Sendo o mísero prefere ser roubado
Que se aproveitar da grandeza de outro alguém.