O CANSAÇO_______________
O Cansaço, de tanto imaginar problemas, cuja Vida lhe parecia uma menina maldita e mimada, disse consigo: Pôs suas cores em minha janela, mas cuja garganta também gritou das mesmas cicatrizes! Poesia!
O Cansaço, agora debruçado sobre a mesa, resmungava de encher a atmosfera de toda a sua cegueira, preso numa armadilha sem sonhos, não alterando a cicuta do seu hálito, permaneceu naquela tristeza fria de não se sabe o quê, como um sensitivo de tudo o que não o fazia coragem.
Era tão impaciente que começava o dia - sempre interrompido de si -, a uma interminável viagem numa superfície melancólica: amanhecia, triturava a comida entre as mandíbulas, deglutia, ruminava, seguia adiante com os seus deveres e depois retornava numa longa desencantação, fugido de si, como um espelho opaco à beira do esquecimento... Mas que em outrora, em fase de doçura, teria refletido todos os seus desejos, com a exatidão da Vida.
O Cansaço, agora debruçado sobre a mesa, resmungava de encher a atmosfera de toda a sua cegueira, preso numa armadilha sem sonhos, não alterando a cicuta do seu hálito, permaneceu naquela tristeza fria de não se sabe o quê, como um sensitivo de tudo o que não o fazia coragem.
Era tão impaciente que começava o dia - sempre interrompido de si -, a uma interminável viagem numa superfície melancólica: amanhecia, triturava a comida entre as mandíbulas, deglutia, ruminava, seguia adiante com os seus deveres e depois retornava numa longa desencantação, fugido de si, como um espelho opaco à beira do esquecimento... Mas que em outrora, em fase de doçura, teria refletido todos os seus desejos, com a exatidão da Vida.