NIETZSCHE E OS PENSAMENTOS QUE ANDAM

Segundo Nietzsche, em um aforismo das Máximas e Flechas que abrem o Crepúsculo dos Ídolos, apenas os pensamentos andados tem valor. Trata-se de uma crítica ao escrever sedentário, estático e contemplativo, que cala o corpo e carece de vida, na afirmação dos modernos intelectualismos, da moral, das normas e leis que ferem os espíritos livres que não se detém diante de nenhum princípio.

É preciso arrancar os olhos para enxergar, encontrar a felicidade em uma meta. Uma meta que é a própria vida como destino. Não a fábula do mundo verdadeiro tão cara aos sábios de todo mundo. A vida é inimiga da sabedoria. Ela está nos pés descalços que procuram a terra fértil e provam sua irregularidade, seus desafios ao frágil equilíbrio dos escribas da verdade. Quantos de fato entre nós realmente aprenderam a andar? O "homem" é um animal que não sabe andar, que não tem onde ir.