Sensações
Perguntei ao meu corpo quais eram as sensações que te circundavam em torno do meu eu grandioso e denso. Enquanto tudo dói e queima, eu vi que você é a mão apaziguadora que detém de todas as coisas boas do mundo e quando você me toca, torno-me oceano profundo no qual você acredita que não quer mergulhar, mas quer. Eu sei que tem sido difícil, mas você é aquele velho clichê de porto seguro que eu me atraco quando a vida vem sorrateira querendo me afogar. Você faz eu me sentir menos sozinha nesse mundo enorme que faz a solidão parecer bela e digna de coexistência nos meus dias arrastados. Enquanto tudo aqui parece ser um texto cruel de Bukowski, te releio em mim, parafraseio seus versos ditos nus entrelaçando meu corpo exausto. Te refaço de um tamanho gigante aqui dentro pra que você ocupe tanto espaço que espaço nenhum seja pequeno pro instante exato que você sorri pra mim, momento esse que desfaço de qualquer maleficência que a vida tenta instalar sobre mim. Você é a parte boa de tudo o que rodeia a minha órbita, é o refúgio que não cabe nos meus meios de discernir o que diabos está acontecendo comigo. Obrigada por ser sempre você e por ficar, quando ficar é um ato revolucionário pra minha superfície nada amena. Eu só sei ser grata e amar você.