A bilateralidade das religiões
Hoje pela manhã parei para pensar sobre as religiões no mundo, e sobre a predominância de cada uma delas em diferentes continentes. É interessante parar e observar sobre como a predominância interfere no nosso meio de vida e no nosso vínculo coletivo em sociedade. Ao longo dos últimos anos, com o advento cada vez mais presencial da internet em nossas vidas, pessoas encontraram inúmeras possibilidades de explorar a diversidade entre religiões e os seus deuses, e outras decidiram manter sua crença em apenas uma, o que se mostra respeitoso ao seu ato de fé pessoal. A predominância ao que resta em boa parte e ao que parece, conduz o adepto a um único mundo, crença e devoção. Conduz a uma única forma de viver, a um único propósito, e a uma série de acontecimentos que devem ter relação com a religião adotada. Passamos a relacionar vagamente a teologia em sentido amplo como se fossem filosofias de vida, porém com teses absolutas e supremas. No meu ponto de vista, crer demais em um aspecto, me torna um cadeado trancado sem chave e um natural pensante demasiado em único pensamento. O interessante da crença e do pensamento lapidado em uma religião é que ela tem poder de impulsionar muitas pessoas a terem uma ponte de fé e de cristalizarem seu emocional, refletindo-se em uma introspecção profunda. No Brasil, surgiu um avanço na mistura de religião com politização, uma combinação tendenciosa e que tende a cada vez mais engrupir um seleto grupo de pessoas predispostas a acreditar que o que é propagado, é inquestionável. Utiliza-se um marketing massivo de propaganda política referida a Deus, e se ganha voto por adoração a Deus e para um político adorador de Deus. O Brasil é considerado um Estado laico, e por ironia o preâmbulo da Constituição Federal ressalva "sob a proteção de Deus". Leva-se em conta também o Ensino Religioso nas escolas, mesmo que de forma optativa, a centralização de apenas uma religião, esquivando-se da extensa diversidade entre doutrinas religiosas. O Art. 5º, em seu inciso VI, fala sobre a inviolabilidade a liberdade de consciência e crença, a todos brasileiros. Pensemos na predominância das religiões no Brasil: segundo dados do IBGE, do censo 2010, houve diminuição significativa de fiéis do catolicismo e grande aumento do segmento evangélico. Nove anos se passaram e os dados estão desatualizados. Devemos sim respeitar a liberdade de crença, porém devemos analisar a todo o meio que surge para agregar pessoas desavisadas, desorientadas, que acreditam que apenas um Deus pode ser a solução para tudo. O perigo se encontra quando achamos que não existe mais nenhuma outra superfície além da que pisamos que o que nos é passado é passível da verdade e admissível de argumento para todas as ocasiões. Para todas as religiões, o respeito. Para todas as manipulações e malefícios através das religiões, meu desprezo.