YAndo despedindo a razão dos textos prontos que a mente insana insiste em imprimir nos outros. Estou dando uma chance para os sentidos aflorarem e a emoção tomar conta do rio de lágrimas que acompanha feito sombra. É um toque de retoque que com as mãos, abraça uma alma e espera a reciprocidade. É um olho no olho que grita no silêncio e que rebate com sagacidade a violenta expressão da outra face que revela a indiferença no encontro ou o inverso. Tão perto e tão longe, tão doído e pouco sentido, expectativa banal. Devaneios. É uma flor que cheira, mas que de tão profunda, afunda. É perfume, é sensação. É o deleite do olfato que prende ao nariz e vai e volta, abre e fecha a porta, faz sentir. É o gosto agridoce que queima e adoça e que guarda o mais forte, mais denso, mais voraz. E dita em sílabas, de amor e de dor, o tom que apresenta a música que toca em mim. Tão desafinada, tão desalinhada, tão autoral. Ando só, mas sem solidão. Ando a pé, mas firme no caminho, meus passos não me traem. Ando livre, mas aprisionada ao que trouxe comigo desde que ganhei personalidade: tabus, religião, controle social, ciência. Tudo junto, indivisível. Ando assim, com pena de mim, um pouco vencida quem sabe (constestar e provocar cansa), contando os tocos, procurando uma felicidade que já está em mim, mas como canceriana (astrologia explica), quando falo de amor sou soberana, a minha busca não tem fim. Enfim, estou aqui, de novo, criando teses.