Sobre o Eu, em Freud ( minhas primeiras impressões)

" Normalmente nada nos é mais seguro do que o sentimento de nós mesmos, de nosso EU" (o mal estar da civilização, novas conferências - 1930-1936, pg. 16). Essa passagem, confesso, desde que li, tem me causado certo desconforto. Não sou nenhum estudioso da obra de Freud - sou um neófito - porém, essa passagem me suscitou um breve comentário: tomado do meu Eu, presumo ser tomado de tudo que dele se cerca e o encerca. É como se o todo de tudo não se dissipasse noutra coisa. É como se todo o Universo - ele próprio misterioso - fosse partícula desse meu Eu que transcende e transborda a própria noção da realidade. O meu Eu - que me escapa toda vez que o quero aprisionar em mim - me engana e se aventura noutras escalas da vida que eu não controlo. Assim, o meu Eu - como um anexo de uma obra inacabada - não pode ser considerado um condomínio pronto a se habitar. Ele assim é, por natureza incompletando, um por vir sempre desejado. Por certo, que o meu Eu não demarca - em mim e para mim - algo ignorado. Ele adentra em mim como uma entidade psíquica inconsciente, o Id. Sobre o Id, não arriscar tecer nenhuma impressão, posto que não me julgo capaz de dele falar. Como disse, sou um neófito, de modo que, esse meu comentário, certamente, tem mais incompreensões que certezas.