De que nos serve a Filosofia?
A Filosofia ganhou destaque no Brasil nos últimos anos e particularmente nas últimas semanas devido à polêmica causada pelo anúncio do Governo de remanejamento de verbas na Educação da área de Ciências Humanas para outras consideradas de utilidade mais imediata.
Mas, de quê nos serve a Filosofia além de ser usada como estandarte por algumas pessoas com Síndrome de Estrelismo, para se anunciarem como “Seres Esclarecidos”?
Na verdade ela não serve de quase nada na medida que incorpora um defeito recorrente. Ela não explica sua utilidade em termos de evolução espiritual e material da Sociedade como um todo e dessa forma não fornece também subsídios para que outras questões humanas sejam entendidas com clareza pelas pessoas que não têm diploma de filósofo.
Por exemplo: por quê estudamos?
Estudamos para aumentar a percepção do mundo à nossa volta, e de longe de nós também, e com o Conhecimento adquirido colaborarmos para que todos se aperfeiçoem material e espiritualmente. Isso é aplicação prática da Filosofia.
O estudo não tem um fim em si mesmo.
Se levarmos um cidadão que sempre viveu em apartamento num centro urbano grande, para o meio de uma lavoura de feijão e entregarmos a ele uma enxada sem explicar nada, provavelmente ele ficará parado sem saber o que fazer. Depois de alguns minutos talvez ele resolva usar a enxada, mesmo sem saber o modo certo de segurá-la, para cortar o mato e alguns pés de feijão junto. Isso é como o estudo sem propósito definido.
Basicamente o modelo oficial de ensino no Brasil pode ser resumido em três fases:
- fase 1 - aprender a ler e “fazer conta”;
- fase 2 - aprender como passar nos vestibulares;
- fase 3 - conseguir um diploma universitário e continuar estudando em mestrados e doutorados inúteis e para passar em concursos públicos para viver às custas do Estado que é a melhor mãe do mundo.
Esse é o defeito recorrente da Filosofia a que me referi acima. Ela não se explica e não explica o fundamento das nossas atividades gerais e fundamentais.
A situação pode ser resumida dessa forma: estudamos, estudamos, estudamos e quando nos é perguntado, “porquê isso é assim?”, respondemos, “é porque é”.