Memórias De Um Livro Sentimental
Por muitas vezes quando eu não me perdia já que nem mesmo eu me encontrava, eu sentia que algo dentro de mim queria voar. Talvez para onde o amor repousa, ou para uma imensidão de fantasias como nos livros mais marcantes de ficção que lia debruçado na cabeceira de minha antiga cama, e como um notável idealizador, eu fantasiava o amor e as amizades, além das virtudes e dos feitos épicos e ideológicos. Talvez para um lugar que me fazia acreditar que em alguma dimensão o amor é eterno, na qual todas as dimensões a eternidade é amor, sentindo o sabor das coisas mais sinceras e puras, semelhantes a agradáveis manhãs primaveris, como na natureza de Werther/de Goethe que parecia respirar a essência do sentimento, ou como nas palavras de paixão de Shakespeare depositadas em um paraíso de fervorosas emoções, que nos faz sermos humanos e que dão cor à nossa alma.
O que vai além, o que te guia a chegar no lugar desejado em um piscar de olhos, e quando se chega mal piscar os olhos, é o que traz o sentimento a materializar e eternizar momentos. Carpe Diem. Apesar das contradições, que possamos encontrar formas de aproveitar o dia, de ser infinito por dentro e por fora, de ampliar a consciência de que os sentidos afloram, de saber que palavras são poucas para definir o que guardamos conosco. O que guardamos no mais profundo íntimo de nós, o que enovela as riquezas materiais e espirituais, o que agrada aos sentidos e à alma, e que é uma bobagem jogar fora por não se achar que podemos fruir.
Aqueles livros que te mostram todo o poder, todo o sentimento, toda a glória. Somos estes livros, e eu recordo de um de vários que sou enquanto escrevo.
São memórias que sempre se renovam. Este é o Universo!
O livro físico se desgasta com o tempo, mas quando seu conteúdo nos faz sentir, para nós sempre será novo.
Carpe Diem.