CRIAÇÕES

Em plena época do conhecimento externo, enquanto a nossa mente evoluiu em resposta às demandas da complexidade social, lembrar, deixou de ser a habilidade mental mais importante, pois, a memória humana está sendo substituída, deixando o seu primado como o principal repositório de conhecimento, devido à dimensionalidade indefinida da internet constantemente avaliada através do uso de seus recursos na troca mútua da relação entre usuário e rede pontuada com locais virtuais que armazenam informações que não comprometemos à nossa própria memória, tornando-nos em cúmplices da conveniente preguiça e do eventual esquecimento, produzindo uma alteração fundamental no vínculo entre conhecimento, conteúdo, lugar e espaço perturbando o nosso sentido de orientação e dos detalhes necessários para tomar decisões.

Apesar da história humana se desenvolver de maneira desigual em diferentes partes do mundo, a habilidade do homem agir em seu interesse para encontrar a melhor explicação para um evento ou, a solução de um problema através da observação, coletando informações sobre um conhecimento inicial e incidentes espontâneos possibilitou o entendimento, em muitos aspectos parciais da origem das coisas, a descoberta dos mecanismos e dos instrumentos que desenvolveram suas atividades, promoveram a mutualidade de conhecimento e garantiram a sua sobrevivência. Portanto, uma capacidade que ancora a preservação e o progresso da espécie humana dentro das muitas ordens de magnitude do nosso mundo.

Informações sobre acontecimentos, mudanças recentes ou, novidades são por natureza efêmera, mas, subjacentes à mudança social e ao progresso tecnológico em que se fundamenta, que, por suas previsibilidades continuarão significativas através dos anos e das gerações futuras.

A invenção da religião, com seus mistérios e dogmas, cuja diversidade teológica é similar ao que a biodiversidade representa para a vida, afirma argumentos que levam à complexidade, ao paradoxo e aos mal-entendidos, reside na questão da consciência entender como esse mundo existe para nós.

A descoberta da ferramenta desbloqueou a nossa compreensão na aplicação de meios mais acessíveis e efetivos para auxiliar nas várias atividades necessárias à sobrevivência num mundo desprovido de facilidades e hostil, desde a caça ao cozimento para a navegação, o automóvel e o avião.

A descoberta de reproduzir a ignição do fogo trouxe melhoria no aproveitamento, na preservação do alimento e na evolução do processo de cozinhar.

Desde a invenção da roda, a inovação no transporte, facilidades no trabalho, na locomoção e na melhoria do bem-estar coletivo trouxe, também, progresso geral diminuindo a duração do tempo de trajeto entre os lugares, a permuta de conhecimento, a comercialização, homogeneidade, miscigenação, política e alianças.

Através das épocas, a história do tempo foi influenciada por importantes invenções, a partir do relógio que unificou o conceito do homem de medição do tempo.

Entretanto, a invenção da linguagem foi, sem dúvida, decisivo para o autocontrole do homem, para entender melhor a si mesmo e afirmar o seu lugar na natureza.

O instinto imitativo da linguagem, como base para a comunicação efetiva e a aproximação entre os seres humanos, moldando a nossa maneira de pensar e agir, provavelmente tenha sido inventado e organizado acidentalmente, como o uso de ferramentas, em um único lugar e depois espalhado, desenvolvido em vários lugares e finalmente compartilhado unificando a comunicação, o intercâmbio de conhecimento e fortalecendo a relação entre os grupos.

A invenção da escrita estreitando a distância entre os nossos dedos e a nossa mente e, da leitura, que reciclou o nosso sistema visual, tornando possível para as pessoas juntarem palavras, colocarem frases juntas em suas mentes e entenderem o conjunto de sentenças verbais em conversas, seguidas pela invenção da imprensa, mudou a vida mental humana mais do que qualquer outra coisa.

Num mundo repleto de objetos imperceptíveis e móveis, a aprendizagem de uma linguagem para números foi essencial para auxiliar, melhorar e diminuir a nossa condição humana normal de inumerismo.

A invenção da fotografia originou vários deslocamentos concretos de nossa assimilação do passado e no desenvolvimento da arte.

Se tentarmos singularizar uma única descoberta como a mais importante entre inúmeras outras, dado à condição cumulativa natural da invenção, iremos confrontar um tipo de regressão infinita.

A história não linear humana atingiu a atualidade com invenções relevantes nas áreas de necessidades da saúde, agricultura, nutrição, labor, indústria, comércio, transporte, da política e alianças entre nações, da arte, informação e do bem-estar social.

Nos dias de hoje, o conhecimento da mente coletiva externalizada que compartilhamos com a nossa consciência coletiva, adicionando uma dimensão mais completa e essencial ao significado de ser humano estreitou de maneira instantânea e espontânea a distância entre as pessoas de diferentes culturas e lugares no mundo.

Porém, na humanidade da atualidade composta de bilhões de pessoas, onde o anonimato da grande maioria é inevitável, o direito fundamental à liberdade de expressão sem retaliação é uma ilusão alimentada pelos institutos, enquanto, contraditoriamente, de modo dissimulado sem suporte expressivo por parte de governos, órgãos privados, públicos, ou outras convenções em prol da hipocrisia do conceito do politicamente correto, põe em xeque a franqueza do convívio humano.

Contudo, entre todo o idealismo, ideias e aparatos pensados e praticados, talvez a mais destrutiva das percepções implementadas nos dias de hoje, para a continuidade da humanidade, seja a invenção do ego humano moderno.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 12/05/2019
Reeditado em 13/05/2019
Código do texto: T6645272
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