Tô de boa
“Tô de boa”, que frase clichê. Já repeti essa frase um milhão de vezes deste o nosso término. Sabe, eu não “tô de boa”. Longe disso. Ainda dói muito enquanto escrevo. Parece que abriu um buraco no peito e você esmagou meu coração. Sabe o que eu andei pensando? Essa história de coração partido rende, sabe? Já parou pra pensar em quantas músicas, textos, quadros, fotografias têm esse tema. No mínimo, um dia de completo silêncio, num quarto escuro, debaixo das cobertas, com os filmes mais clichês que há no mundo.
Eu não sou esse tipo de pessoa que mendiga atenção, que se esforça para ser notada. Que dirá implorar amor, né? Mas você parece que me mudou. Eu implorei o teu amor e te odeio por isso. Me odeio por isso. Prefiro ser abandonada do que viver na ilusão de um amor que só existe na minha cabeça. Todavia, foi exatamente o que vivi contigo esses meses. Eu fiz de tudo para você me amar. Te pedi de joelhos para me colocar em teu coração e você não o fez. Não te culpo por não me amar. Te culpo por ser covarde e não ter me desiludido antes. Ou ficava porque queria ou ia sem nem pensar duas vezes.
Dizem que a gente conhece verdadeiramente a pessoa pela forma como ela sai da nossa vida, mas do que pela maneira como ela chega (há exceção, claro). Devo concordar. Quando conhecemos alguém, fazemos de tudo para esconder os defeitos e mostrar o que temos de melhor. E nisso você foi verdadeiro. Da mesma forma que chegou, partiu. Eu que quebrei. Despedacei. Bati porta. Gritei. Rasguei fotos. Me descontrolei.
Só que apesar de tudo, eu te agradeço. Eu melhorei muito após o sofrimento. Escrevi textos muito bons. Descobri mais de mim. Colei meus caquinhos e acho que estou pronta pra viver mais.
Por isso, vai. Pode ir. Roberta Miranda pra ti (“Vai com Deus”). Tô de boa. Tá tranquilo. Pode ir sem olhar pra trás. Sem precisar dizer nada motivacional, apenas “adeus”. Por aqui já não dói mais. Eu tô muito bem, obrigada! Estou remendada, mas isso tem o seu charme. E me levantarei de novo e de novo e quantas vezes precisar.