Cabo de Guerra
Há tempos que me vejo em meio a um cabo de guerra, tal qual um dos lados me puxa à desistência e o outro para a ideia de que, talvez, eu seja útil, caso transforme tantos devaneios em objetos concretos. Como numa alquimia das minhas próprias nuvens, quero fazer chover minha potência, minha real essência, mas em terras desconhecidas e muito pouco desbravadas. Tenho o grande desejo heroico de servir ao mundo, mesmo que, no fundo, saiba que ele não precisa de mim para existir, como eu o preciso, pois ele já estava aqui. A cada dia que passa, isso tem me rasgado em dúvidas e resistência, o que não é nada bom. Pensando seriamente, o problema é que sou guiada por muito receio e o difícil nisso é compreender que somente eu mesma tenho o poder de cortar a corda e pender para uma das extremidades, e somente uma, já que escolher um algo é, do mesmo modo e ao mesmo tempo, abdicar de alguma coisa.