Mal Nenhum
Se você pensa que eu algum dia me deixei levar pelos sentimentos vorazes que sempre me espreitam na escuridão
Saiba que está redondamente correto.
Mas se você acredita que por ter sucumbido à ímpetos irracionais eu acabei caindo no mais massacrante abismo existencial
É melhor que saiba que você não está errado.
Eu, alquimista, criei venenos fatais e os injetei em minha própria cobaia, não posso fazer mal a ninguém a não ser a mim mesmo, porém eu nunca criei um antídoto
Eu, cientista, criei monstros aterradores capazes de uma destruíção sem precedentes, sem nenhum heroísmo tive que livrar-me de todos, pois não posso causar mal nenhum a não ser a mim.
Eu, filósofo, criei teorias incríveis sobre o ser perfeito e a finitude, vê lá... todas refutadas por um único olhar penetrante.
E assim eu falhei uma vez após outra sucessivamente até chegar ao ponto de aprender com cada um daqueles miseráveis fracassos.
Como sobrevivi? Você me pergunta...
Ora, não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo.