Sobre futilidades
Se as pessoas soubessem como a vida digital é fútil, deixariam de tê-la. Digo, especificamente, aquela vivida nas redes sociais, como o instagram, o facebook, o twitter, além de outras. Essa vida ilusória e hipócrita. A que monta cenários com seus personagens na tentativa de mostrar ao mundo uma felicidade inalcançável na maior parte do tempo. Um exibicionismo barato. Ou melhor, uma exposição descabida e exagerada daquilo que não se é na realidade.
Tudo isso para se chegar a um ponto central e comum: todos estamos mergulhados na solidão, traduzida no distanciamento das relações interpessoais e na insatisfação, a todo custo, com quem somos. Banalizamos situações e pautas importantes em prol de status e construção de uma determinada imagem, seja por necessidade humana, seja por um certo luxo. Essa suposta aproximação, na verdade, deixa longe a imprescindibilidade da troca física de experiências e esforços para se resolver problemas, por meio de canais de comunicação viáveis. Mas, é preciso modificar esse pensamento.
A vida não se torna mais bela, tampouco, real com as postagens cheias de filtros, poses forçadas, detalhes de tudo que se faz no cotidiano - ou que se finge fazer. Ter contas nessas redes sociais são, muito menos, sinônimo de alegria e sucesso. A vida acontece fora da internet. O crescimento se dá, vivendo o que está, de fato, à volta. E quantos instantes maravilhosos acontecem! Quantas pessoas incríveis se conhecem! A vida é horizonte sem fim.