Epifania
Sem muita prosa sobre esse amor rosa,
sem que me abdique, vou logo passando a
mão numa Bic, e também num sulfite, esperando
que os anjos digam: Amém, pois, o sulfite é rosa também.
A Epifania pifa logo nas “Bodas de Canaã”, porém, noto que
vai chegando alguém neste lugar de primoroso altar nesta airosa
manhã. Ora, ora... Veja só, nada mais nada menos do que: Melquior,
e não está só, vem acompanhado de Baltazar e Gaspar, mas por um baita azar o meu velho micro me faz pagar esse mico - acabando de travar, e para redundar fica estático no mesmo lugar,
mas a mim me dizendo estar em reparo automático. Eu;
extático pela gloriosa visão, então digo amém tam-
bém. Pois bem, os reis chegam para a louvação
ao Rei dos Reis, "Senhor da criação". Êpa... Eis
que o meu micro acaba de chegar, pois, no bom Portu-
guês, bem dito lá em Portugal: Estava a formatar. Para encer-
rar, que o amor de Aba abane o nosso coração a expulsar todo o
mal promovido pela viperina ilusão. Agora dispenso a Bic e o sulfite
rosa a eles pedindo perdão por não fazer uma digitalização, porém,
lhes digo que nesta vida por nós percorrida o que vale mesmo é
a boa intenção, estou encanecido, já meio rostido, porém, na
minha velha ilusão pertenço à nova geração, esse papo me
faz recordar duma velha toada numa estrada, "disse a ca-
neta pra enxada: Sai pra longe de mim, pois, pertenço
a nova geração, enquanto, você está suja de terra,
de terra suja do chão". Epifania é o nascimento
daquele cara que lavou e beijou os pés de seus
discípulos, sem se importar se a terra era re-
donda ou suja do chão. Se a letra não for
essa, é bem semelhante ao semelhante
sem educação.