Do chão, posso apreciar o cosmos.
Sabe o que mais amo em Ciências? Me fascina o fato das Ciências não permitirem que a gente romantize o mundo. Elas nos ensinam que as coisas são o que são, independente da nossa necessidade ou desejo. Aceitação e limites, para nós, muitas vezes, é um grande problema.
Nossa espécie deve sofrer demais por causa do poder, quase que infinito, da nossa própria imaginação. Nós criamos mitos e colocamos nossa felicidade e nosso futuro nas mãos deles. Surreal, mas me parece que é o que fazemos, a maior parte do tempo.
Talvez tenhamos nos perdido no caminho de nossas realizações achando que podemos tudo.
As Ciências me ensinam que mesmo que um brilhante cientista adore, e até mesmo, se apegue a um conceito que ele tenha deslumbrado, são necessários experimentos e provas para que sua teoria seja aceita como verdadeira, mesmo que esta seja temporária, e na maioria das vezes é. Também faz parte.
O poder de argumentação, sedução, influência, subestimação, ou persuasão nada significam diante das exigências do método científico para que uma teoria, fato, ou fenômeno atinja status de uma verdade.
Nossa imaginação, fortemente agregada as emoções, desejos e carências, podem nos levar facilmente para idealizações, romantizações e fantasias a respeito do mundo, das sociedades, das relações familiares, afetivas, profissionais, e socias.
As Ciências me servem como um forte lastro, que apesar de humana, com meus sonhos e desejos, colocam meus pés de volta, colados ao chão.
Não vejo problema algum em procurar encarar a vida como ela é, com seu lado cru e muitas vezes cruel, e ao mesmo tempo, contrabalançar com a beleza natural das coisas, dos relacionamentos construtivos e de boa qualidade, e com meus sonhos, desde que saudáveis e dentro de seus limites.