HELL WEEK________________
Heel Week faz parte de um treinamento militar, se passa em uma semana e é o vilão da resistência. São muitas as provações impostas e dalí só saem os melhores. Mas não é disso especificamente que vou falar (embora seja um assunto que eu goste muito). Mas, baseando-se nisso, quem nunca teve um período hell week em sua vida? Ahhhh, tive, tenho e terei vários!
A vida e o seu processo de seleção, ihhhh, que impiedosa! Com a vida não tem essa de nheim nheim nheim não. A vida me fez casca grossa e foram nas situações mais complicadas que eu me encontrei, me trabalhei, calibrei o meu fôlego e a minha força. A minha autodisciplina é a luta. O amor me faz humana e a dor e o sofrimento me fazem forte.
Ah, mas eu não fujo das minhas verdades, se estiver num momento tempestade, ahhhhhhh, eu choro, viu?! Choro e tudo se esvai. Não fujo das minhas limitações. Dialogo com elas porque tudo na vida é caos e passageiro. Dialogo sem medo e, nessa engrenagem difícil, nos adaptamos e evoluímos. Não para o caminho da perfeição (isso não existe) mas do aperfeiçoamento.
Em um dos momentos de minha vida onde estava tão cansada, tão travada pelo medo (apesar de continuar encarando), saltei de asa delta (mesmo com pavor de altura). Isso me modificou. Não virei súper em nada! Mas uma anti-heroína, e essa foi a minha crítica a toda força humana em busca da perfeição, por entender que na minha jornada eu vou falhar, ahhh, se vou! E eu vou falhar muito ainda nessa busca pelas minhas habilidades, pela minha resiliência e sem temer desertos e jardins floridos, pois lar é onde eu me sinto bem e consciente de que mesmo imersa no mais perfeito paraíso, alí também existirá muita batalha.
Eu não tenho religião mas religiosidade. Entendo que o meu deus está em mim e ele me diz que eu vou vencer e que também vou fracassar e que vou me levantar mil vezes se preciso e até que chegue o dia da minha morte, mas que o meu maior sucesso está justamente naquele instante de resistência em que eu me levantei.
Eu tenho medo de mar, desde pequena e não sei nadar, sempre relutei para aprender, inclusive. Então me levantei e fui fazer rafting, encarei as corredeiras, as descidas, a água, as rochas e mesmo com todo equipamento de segurança, as pancadas nas caídas são perigosas. Não saí dalí súper em nada. Saí dali com as inseguranças nas veias, os medos mas com apenas uma diferença, uma grande diferença, o entendimento de que eles fazem parte da vida... Mas o caminho fácil, esse sim, esse é um disfarce, é um veneno. Então eu deixo o meu alter ego um pouco de lado, aquele metido a ser perfeito e inquebrável, o letal (aquele que não me transforma mas cristaliza), e sigo para me transformar sem fugir ao meu coração nem a minha razão, mas num autoconhecimento e superação.