Por tanto tempo, meu amor.

As vezes, meu coração se entristece, em alguns momentos meus olhos umedecem, por instantes minha garganta seca, e no auge de minha sã insanidade, são as suas palavras já ditas que me matam.

Nós costumávamos ser tão bons. Quantas horas passávamos planejando nossos encontros, por quantos dias narramos nosso furor em estarmos juntos, por quantos meses eu te esperei, talvez em minha doce ilusão, todos os meses da minha solitária vida já vivida.

Você tinha o dom de me arrebatar, em meio a tantas calamidades você se apresentou como o único caos passível de me trazer paz, mas aí você cansou, talvez de mim ou talvez de lutar contra sua forma egoísta de ser. De qualquer forma, eu fiquei, dilacerada e anestesiada. Inevitável é a dúvida se algum dia você também sentiu aquilo que sem mesmo pronunciar, eu chamava de amor.

Verena Silveira
Enviado por Verena Silveira em 13/04/2019
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