Grades que libertam

Ao contemplar o infinito de um céu azul com lilás-avermelhado, tenho a certeza de que por trás destas grades estão perigosos mundos diferentes e paralelos. A gaivota que há dois segundos voava livre nas partículas desse azul, agora some,distinta e minúscula, entre os medos, sonhos, incertezas e vontades que insistem em flutuar pelo céu, espairecidos, distraídos, avoados e miúdos.

Estar preso pode parecer apenas físico, mas as grades imaginárias que cada qual guarda dentro de si têm seu sentido, seu motivo e sua consequência. São conflitos internos, são estragos sutis criados pelo próprio eu, cometidos pela própria mente e causados por tempestades do passado que ainda molham nosso inconsciente. Às vezes pode se estar perdido e preso ao mesmo tempo, porque estar preso vai além da distancia que podemos alcançar. Tem a ver com os obstáculos em nosso caminho, os desafios, o sofrimento e a sensação de impotência. Estar preso é não ver saída, não ter escapatória, não achar uma janela.

O preço de encontrar a liberdade é se deixar levar pelas partículas do azul do céu, se afundar nos sentimentos, medos, sonhos, incertezas... é não ter medo de sentir. Se libertar destas grades imaginárias significa muito mais do que só estar solto. Significa se encontrar dentro de si, conhecer-se a si mesmo, aceitar-se e, por fim, quando chegada sua hora, sumir. Deixar dissipar-se no mistério da eterna escuridão. Se deixar desfalecer, porque, afinal, tudo que vive resulta em morte, resulta em desaparecer, resulta em acabar.

Dia 11 de setembro de 2016

Como se tornar uma pessoa melhor em 12 passos:

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Jju
Enviado por Jju em 09/04/2019
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