Terceira idade

TERCEIRA IDADE

Percebi que estou na fase “bebê” do que se costuma denominar a “Terceira idade”.

Se bem que a OMS considera que, por eu estar em um país desenvolvido, esta terceira idade começa após os 65 anos, estando eu, portanto, em gestação “elefântica” considerando o tempo de gestação dos elefantes indianos. E carrego comigo os caracteres hereditários, as consequências boas e ruins dos 63 anos que já se foram.

A minha capacidade de percepção vai me mostrando todas as mudanças que sofro, na capacidade física, nas funções orgânicas e comportamentais, nos sentimentos, nos pensamentos, nas ações e reações que afetam minha capacidade de aceitação e tolerância. São alterações biológicas e psicológicas que a sábia natureza coloca, preparando o final de tudo, pronunciando por nós atos de contrição que nos conduzem à sublimação da alma. Males físicos nunca antes imaginados, estudados, surpreendem-me e me fazem buscar explicações estudando-os e conformando-me.

Em meus tempos de colégio, aprendi diferenciar conjunções e, neste início de terceira idade aprendi a evitar certas condicionais subordinantes que afetam a capacidade de aceitação de que uma vez derramado o líquido este não retorna ao frasco. Esclarecendo: “SE” eu tivesse evitado minhas noitadas eu não... ou “CASO NÃO” tivesse eu feito escolhas nocivas... Para nada mais serve estes pensamentos que só fazem mal ao espírito, só trazem tristezas e só nos tiram as poucas forças que restam. Aceitar as mudanças e compreendê-las é o melhor remédio.

Mas, para cada atenuante existe um agravante, como nos tratamentos de saúde, posto que, embora não se perceba, medicamentos curam e também geram efeitos colaterais quase sempre suportáveis, como devem ser suportados os anos nossos que já se foram. É. O envelhecimento é situação “sine qua nom”, necessária, indispensável para a compreensão da vida e da morte. Como coloquei, o envelhecimento ocorre em várias dimensões. Leva-se em conta experiências adquiridas em diversos ambientes como na família, no trabalho, na escola, e pode ser suportada com suavidade ou com sofrimentos, portanto comporta diversos conceitos que diferenciam o conceito biológico do cronológico. No campo social a “Sexta classe” envelhece no sofrimento enquanto que a classe “Gente bem” navega em águas calmas. Esta colocação pode causar contrariedade e aversão, mas, é revestida de verdades. Em todos os campos, seja social, político, assistencial, biológico, familiar, escolar e outros, o envelhecimento é diferente.

No campo assistencial, um médico especialista que concordou com minhas colocações respondeu-me que se não houvesse diferenças sociais não haveria filas de espera no atendimento público, não haveria morosidade na resposta de exames investigativos que dão base a diagnósticos e haveria menos óbitos na idade produtiva.

Passando então a outras colocações, mais no campo filosófico, eu diria.

O envelhecimento tem sido preocupação desde remotos tempos e de percepção diferente entre os povos.

Nomes de destaque na História Universal como os chineses Confúcio e Lao Tsé, como o egípcio Ptahotep, como os gregos Minermo, Anacreonte Titon, Homero, Sólon, Sócrates, Platão, Aristóteles, Hipócrates e por fim os romanos Cícero e Sêneca, todos estes pensadores tinham seus conceitos que enalteciam ou que amaldiçoavam a idade da velhice. Cada um deles demonstrando conceitos próprios que nos norteiam na elucidação desta fase delicada, e por que não sublime, da vida humana e estas colocações nos permitem cuidar com mais competência deste breve período que nos resta. Nos últimos 5.000 anos a humanidade foi presenteada com os pensamentos destes expoentes do pensamento universal.

Ser idoso no oriente, na China, é uma situação de privilégio e destaque. Disse que é ainda nos dias de hoje e será ainda por muitos milênios, com raízes fortes proporcionadas por Confúcio e Lao Tsé, responsáveis por esta percepção da idade avançada na educação chinesa e por sua duração até nossos dias. Fundador do Taoísmo que se tornou religião chinesa, Lao Tsé pregava a ideia de que estar velho era o supremo momento da vida, quando se está prestes a libertar-se de seu corpo e atingir o momento do êxtase de alcançar o máximo da condição espiritual.

De fato. Esta colocação conforta o meu espírito. Vejo pessoas velhas em todos os meus caminhos, percebo velhice biológica e cronológica. Ou a velhice natural e saudável ao lado de sofridos e maltratados velhos. Mas, no meu corpo envelhecendo não há espaço para bios ou cronos. Há sim reconhecimento deste momento da vida e a necessidade de integração do tempo a novos limites que priorizem a renovação do meu espírito e a preparação para a sublimação.

Todos nós temos família. Todos nós viemos dentro de uma família, com nossos pais e nossas mães. O estado é formado por famílias e organizado como todas as famílias são. Com avós, pais, filhos e netos. O estado exerce o patriarcado, como se fosse o membro mais velho da família e goza da obediência de todos os membros. Ele provê a educação, segurança, assistência e recebe o respeito e a simpatia e se por algum motivo precisar contar com a dedicação incondicional terá a fidelidade desta grande família.

Este era o pensamento de Confúcio, com conceitos de moral e elevada sabedoria e visava uma organização da sociedade como nação, baseada na organização familiar, onde todos deviam obediência ao chefe, ao membro mais velho que gerou esta célula social. A sua autoridade, apesar do avanço da idade, permaneceria firme e inalterada, exercendo influência na educação dos netos. E por que?

Para Confúcio, a autoridade da idade é justificada pela aquisição da sabedoria. Ao atingir a terceira idade o homem compreende sem precisar refletir, tudo o que ouve, pode seguir seus próprios desejos sem transgredir regra alguma, pode ambicionar uma atmosfera de paz e pode desejar que os mais jovens dediquem amor a estes seres.

Confúcio preconizava que nada do mundo é maior que os humanos e nestes nada é maior que o amor filial. Para Confúcio e segundo a sua doutrina, os filhos devem procurar tornar os seus pais pessoas felizes em todos os aspectos, devem cuidar deles com carinho e atenção, sentir saudades após a sua morte e orar por eles.

Devem assegurar-lhes proteção e apoio na sua última fase de seu processo de vida, na sua terceira idade. Este amor pregado por Confúcio abraça a sublime ação do ser humano consigo mesmo e com a sua geração, com seus filhos e com os seus netos, com todas as gerações futuras de forma a perpetuar o amor intenso e especial entre os pais e os filhos.

Concluo que Lao Tsé via o indivíduo em si e enfatizava a integração do ser humano à realidade cósmica primordial por meio de uma existência natural, espontânea e serena e objetivava a preparação do homem em sua velhice para a fusão da criatura ao Criador.

Já Confúcio enxergava a velhice como o ápice da conquista humana e a isto unia o indivíduo, a família e Estado, sendo o Estado o provedor das necessidades da família e na família os pais provedores das necessidades do indivíduo, numa escala de obediência hierárquica, de devoção, respeito e amor aos membros mais velhos e mantenedores da união e da paz. A visão da terceira idade pelo povo chinês é cercada de respeito e devoção e marcada pela certeza de que o indivíduo em si goza dos privilégios e das bênçãos da idade avançada, todos os dirigentes das células familiar e estatal gozarão para sempre do respeito dos indivíduos participantes destes núcleos.

Vale aqui lembrar, como cristão e como católico que sou, da oração ensinada por Jesus Cristo, que nos mostrou sua piedade pelo indivíduo e seu respeito e amor incondicional ao seu Pai, que o fez nascer entre os homens, oração de fé e confiança no Provedor de nossas vidas e Senhor absoluto de nossas almas.

Bem, como os chineses teciam odes e pulsavam loas à idade da razão, também havia pensadores que não se conformavam com a chegada inevitável desta última fase da vida.

Do Egito nos vem os textos de Ptahhotep, amante da poesia e da filosofia e sua decepção e desprezo pela 3ª idade. Discorria sobre a tristeza e a pena de se tornar um homem velho e todas as consequências a se aceitar sem possibilidades de retorno. Marcava em seus cantos o enfraquecimento do indivíduo, a perda gradativa dos sentidos, a capacidade de falar e de pensar com lógica, a redução dia a dia do intelecto, a crescente falha das lembranças, dificuldades de exercer atividades que o permearam a vida toda e terminava com a frase que dizia: “A pior desgraça que pode acontecer a um homem é a chegada da velhice”.

Este egípcio comenta de modo desfavorável esta fase da vida, causa-me depressão e desolação se o levar como norte de entendimento. Embora sejam colocações depreciativas, frustrantes e desoladoras carregam em si fatos que observo em nossos dias. Muitos de nossos velhos são marcados por preconceitos, discriminação, isolamento e desprezo. Vejo isto em todos os lugares, com velhos abandonados à própria sorte, contando apenas com auxílio mal humorado de passantes.

Em nosso país, aqui, na “Terra Brasilis”, temos muitos problemas sem solução e o crescimento da população idosa já se tornou um grave peso à Saúde Pública que não consegue eficiência no atendimento que, na minha forma de entender deveria ser prioritário e deveria receber o tratamento que abraçasse os ideais de Confúcio e Lao Tsé.

O idoso não tem espaço para gozar de tranquilidade e vida saudável que permita a adaptação lógica nesta fase terminal de seu tempo como homo sapiens.

Na Grécia, berço da civilização helênica, diversos filósofos que hoje são objeto de estudo em nossas escolas também tinham ideias que exaltavam a velhice e que também a execravam. Colocações racionais e irracionais a respeito da terceira idade.

Minermo, um sacerdote grego, exaltava os prazeres e o amor que grassava na juventude e odiava a idade senil. Compunha elegias sobre vidas amorosas e sobre o amor em si, também compunha obras melancólicas e tristes sobre a vida e a condição humana, destacando a situação do idoso. Também Anacreonte seguia as mesmas ideias de Minermo, cantava o amor e os prazeres do corpo enquanto jovem e enfatizava a perda destes prazeres pela chegada da velhice. “Agora já estão cinzentos os nossos cabelos e branca está a nossa fronte, nada mais resta da gentil juventude, nossos dentes se fizeram velhos e a vida não será mais doce, cubro-me de silêncio e pranto”...

Homero tinha a sabedoria como fruto da velhice e, ao mesmo tempo se opunha a ela por pensar que os deuses odiavam os homens velhos. Sólon pregava que a sabedoria da velhice contava mais que os prazeres dos jovens.

Isto mostra que, embora a insatisfação com esta situação, mais pessoas se preocupam em aceitarem os limites que esta fase da vida impõe. Hoje, muitos idosos insatisfeitos buscam compensações à esta frustração. Alguns poucos se sentem felizes e buscam aproveitamento da melhor maneira possível do tempo que lhes resta. É preciso que a família incentive e estimule a vontade de viver com intensidade este período.

Agora, voltando à filosofia dos antigos pensadores gregos, notadamente Sócrates e seu discípulo Platão em seus diálogos. Nestes diálogos que se encontra o interesse puro pelos problemas e pelo destino do idoso. Sócrates não ensinava coisa alguma a quem quer que fosse. Estimulava o diálogo, discutia ideias e inflamava o interesse das pessoas. Sua forma de mudar o indivíduo consistia em ajudar seu interlocutor a gerar sua própria forma de pensamento, considerava o conhecimento como vindo de dentro do indivíduo e só desta forma se revelaria o discernimento. Assim Sócrates formou Platão.

Sócrates refere-se ao envelhecimento como uma ideia de que o preparo e a prudência tornam leve o peso da idade. Afirmava que o processo de envelhecimento iniciava-se na infância, com hábitos de vida saudável, sem abusos nocivos ao corpo, exercitando-se e alimentando-se com adequação, bebendo muita água ao invés de vinho, trabalhando com satisfação, conquistando respeito e amizade, entretendo-se e deleitando-se com o lazer, criando projetos de vida melhor para si e para todos, desta forma dando mais sentido à vida de forma concreta e desta forma fazendo com que a velhice seja continuidade natural do ciclo de existência. O processo de envelhecimento está atrelado a todo o processo de vida. Infância feliz, juventude bem aproveitada idade da razão tranquila e saudável e tudo naturalmente se depositará na velhice sábia e pacífica.

Segundo Platão, a velhice desperta nos homens um imenso sentimento de paz e libertação. Já em idade bem avançada, quando escreveu suas leis, reforçou as obrigações dos filhos para com os pais idosos, enfatizando que não há dignidade que supere pais e avós idosos. O mesmo pensamento de Confúcio séculos antes.

E então Platão formou Aristóteles! E este filósofo pensava que uma boa velhice era aquela em que o ser humano não apresentasse enfermidades. Aristóteles não era apenas um filósofo. Era um cientista que deu origem a várias ciências, adepto do pensamento lógico. Lembra-me de “Aristóteles e a teoria da geração espontânea” que aprendi em meus tempos de colégio. Abiogênese, onde a vida se originava de cadáveres. É claro que isto foi refutado com o avanço da ciência, porém nunca foi questionada até o século XIX, até os experimentos de Louis Pasteur. Também penso que as enfermidades são inerentes ao processo de envelhecimento, queira ou não aceitar os seguidores da disciplina aristotélica. Aristóteles, em outros escritos, se contrapunha a Platão. Sua visão de idoso era deprimente. Via o idoso como reticente, hesitante, lento, desconfiado, negativo nos pensamentos, tudo pelas humilhações proporcionadas pela vida, sem generosidade, alimentando-se de recordações, desesperançados e mal ouvintes. Via os idosos como não confiáveis e não aconselhava que lhe dessem poderes.

São colocações descritas na obra “A Ética” de Aristóteles.

O envelhecimento é um processo contínuo, como colocou Sócrates. Mesmo com todas as orientações de envelhecimento saudável a morte nunca será natural. A falência de órgãos, a descontinuidade de defesas do organismo e outros fatores pesam mais que filosofias. Absolutamente natural é o processo de nascimento, envelhecimento e morte.

Ao “clube da terceira idade” é preciso que se mantenha a ideia de que o envelhecimento é, de fato, um processo contínuo que provoca mesmo alterações nos campos biológico, psicológico e social. Rugas, cabelos brancos, enfraquecimento dos dentes, desinteresse sexual, doenças como as que muitos de nós vivenciamos e que se relacionam às funções orgânicas e bioquímicas que se processam em nosso organismo.

Envelhecendo precisamos nos adequar às situações diárias, nos adequar à diminuição de nossa produtividade, da nossa capacidade física e de nosso poder econômico, mesmo que a previdência social e privada nos socorra. Alterações sociais são bastante sentidas em economias capitalistas. A necessidade de se reaprender se mostra patente. Reaprender a se cuidar, a viver com desconforto e com doenças e evitando vultos de tormento na nossa terceira idade.

O médico Hipócrates também deixou definições sobre a terceira idade. Hoje, em nossas escolas de medicina, ao se formarem médicos os formandos pronunciam o “Juramento de Hipócrates”: "Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas...”

E Hipócrates tinha a seguinte posição quanto a velhice: Inicia-se aos 50 e se revela pelo desequilíbrio de humores. Como destaque colocou a diferença entre o jovem e o velho. Velho às vezes tem temperatura alta, enfermidades tendem a se tornar crônicas, intestinos se modificam, distúrbios respiratórios, doenças renais, etc. Determinou então regras de higiene, exercícios físicos, atividades intelectuais, dietas, sobriedade e observando que a abstinência é melhor suportada em velhos, posto que o pouco lhes satisfaz. Em nossos dias estas são orientações comuns de geriatras por serem procedimentos que propiciam envelhecimento saudável e tranquilo.

Falando agora de pensadores romanos, como Marco Túlio Cícero e Sêneca. Um pouco antes da vinda de Cristo, Cícero tornou-se figura de destaque nos estudos sobre a terceira idade. Via o processo de envelhecimento como fato biológico e relatou problemas como redução da capacidade funcional e de anamnese, perda de capacidade em ouvir, sentir, perda do paladar e da visão, além da capacidade laboral. Deixou claro que os prazeres do corpo dão lugar ao intelecto e que se faz necessário aos idosos dar-lhes prestígio e prepará-los para o fim da vida. Cícero via com otimismo a velhice. Aconselhava cuidados ao corpo e à mente, seleção dos prazeres adequados, atividades salutares e prazerosas que beneficiassem o indivíduo e a sociedade dentro de suas forças. Para Cícero, envelhecer era uma arte. A arte de descobrir os prazeres das diversas idades, com suas virtudes. Em seus diálogos, Cícero, senador da república, era muito respeitado. Falava do envelhecimento de forma lógica, criticava os preconceitos e lembrava das vezes que os idosos salvaram a república depois de serem arruinadas por erros dos jovens. É óbvio que esta colocação de Cícero tinha cunho político, posto que o senado romano se compusesse da terceira idade em sua maioria.

As lamentações da vida não devem ser atribuídas à idade. Visto que há lamentações em todas as fases da vida e a inteligência do homem busca afastá-las.

Detesta-se a velhice porque ela nos tira a atividade, enfraquece nosso corpo, priva-nos de prazeres e nos aproxima da morte. Serenidade e frieza diante dela. Há vinhos que mesmo velhos não azedam.

Eu digo que, na verdade a velhice revela muitas coisas, abre muitas portas, proporciona novos prazeres, acalma as perturbações do espírito.

Outro romano ilustre, Sêneca, tinha belas e reconfortantes opiniões sobre o “ficar velho”. Afirmava que a idade avançada é bela e boa, como é a natureza e nenhuma decadência se faz presente nela. Basta que se aceite o processo de envelhecimento e aproveite bem esta fase final da vida, que poucos conseguem chegar até ela.

Ressalto que era um tempo em que não havia recursos medicinais e que se morria por doenças ainda desconhecidas que hoje não nos assustam. Envelhecer era um desafio.

Um longo texto, não é? A terceira idade dá muitos motivos para discussões, muitas observações, muitos ensaios, cada um deles tentando revelar a mente de Deus.

Terminando: A vida tem objetivos já traçados, aos quais não temos competência para modificar. O rio nasce da fonte, um único fio de água, corre na terra e forma o seu leito, torna-se um regato, depois riacho, chega na sua plenitude como rio, ganha nome,importância e segue caudaloso levando a vida por onde passa, criando povoações às suas margens,comunidades que vivem sob a majestade de suas águas.

Enfim chega ao seu último destino, somar-se aos mares. Acabou? Não.

O que pensar sobre o sol? Que dá a vida, e garante seu ciclo, que busca lá nos mares as águas de todos os rios,levando aos céus do Criador,depois as devolve em forma de chuva que penetra a terra e alimenta a fonte. Eis o ciclo da vida.

Não é diferente da gente. A alma eterna se manifesta em transformações.

Não morremos um pouco a cada dia. Apenas somos diamantes brutos que são aos poucos lapidados pelo Artesão do universo, em tempo certo faremos parte dos Seus tesouros. A cada diamante pronto, um santuário que o abrigue é criado e recolocado nos jardins da Terra.

Moto perpétuo, "Ressurgemus"...

Paulo de Tarso

Em São Paulo, a 08 de abril de 2019

Lembrei-me que completo 63 anos já vividos hoje. Isto me leva a um conto sobre a idade. Dizem que foi perguntado a Aristóteles quantos anos ele tinha, ao que respondeu: Dez anos. Quinze talvez! Mas como pode senhor? És um homem velho, com muito mais idade que esta! Ao que o filósofo retrucou: Sim, tornei-me um velho, mas, tua pergunta foi de quantos anos eu tive, posto que já não os tenho. Me restam 10. Talvez 15 se eu os puder ter!