O nosso lixo (luxo) de cada dia
Seria o lixo dentro do luxo, ou o luxo inserido no lixo? Na verdade, os dois se completam, como dois lados da mesma moeda. Numa humanidade em boa parte hipócrita, existe um suposto luxo social cobrindo o lixo jogado pra debaixo do tapete.
Nos lixamos pra tudo isso, pois só nos importamos quando somos importunados. Produzimos lixo mas queremos luxo. Somos pobres (principalmente de espírito) mas queremos ser ricos...de saúde.
Quando compramos algo, é um luxo. Mas logo é descartado e vira lixo. E esse mesmo lixo volta a ser luxo pelas mãos daqueles que catam o seu lixo, que já foi um luxo.
Na verdade, poucos se ligam nisso, se lixam mesmo. Mas...o que fazer com tanto lixo? Com o meu é fácil: coloco-o na lixeira. Mas os lixos dos outros me incomoda, principalmente quando estes batem em minha porta. Sem contar o lixo a céu aberto, visitados por animais e humanos, com seus futuros incertos, a fim de sobreviver.
Reciclar é preciso. Mais ainda nossas concepções, cheias de certezas sobre certos assuntos. Somos cegos por opção para assuntos que nos rodeiam. E nessa ciranda, o mesmo pão que jogo fora é o mesmo nosso de cada dia.
O luxo nos faz bem, pois nos dá uma sensação de prazer exorbitante, sendo quase uma luxúria, numa busca incessante por satisfação. Mas o lixo está aí...aqui...ali...em todas as partes...do nosso corpo, inclusive.
Então, como diz a letra da canção: "Não quero luxo, não quero lixo, quero gozar no final".