A vida é...
A vida é a felicidade e o desprazer; o respeito e a impudência; o amor e o ódio; o rancor e o perdão; o sonho e o pesadelo.
A vida é, estar-se e ainda ser-se, irremediavelmente, irreversivelmente e incondicionalmente, apaixonado por algo, alguém. E é empacar decepções quando as coisas correm miseravelmente, terrivelmente.
A vida é depreender que manhãs têm cheiro. Um cheiro à terra húmida, terra fresca, muito verde, muito verde. Cheiro novo e cheiro velho, cheiro de lembranças bem vividas e mal passadas.
A vida é ouvir as árvores chorar todas as noites, quando os carros deixam de passar pelas ruas já adormecidas, àquelas horas em que os gatos trombudos vadiam, vadiam.
A vida é… a novidade para as crianças, e a rotina dos adultos. As crianças conseguem ser inconsolavelmente inocentes. Inveja destas que assenhoreiam a ingenuidade.
E a vida é aquela chuva que parece perene, mas e depois há aquele esplendor no abrir do céu e no relumbrar do sol. Verdadeiramente egrégio.
A vida é, a vida é…