"Tão bonita mas é negra."
Qual o problema da cor? Ouvimos muito as expressões "o negão com a loirinha do lado" e "mulher negra não é pra casar". Além de sofrer com as diferenças sociais e profissionais, a mulher negra, ainda é condenada à solidão emocional. Desde a época que o dono de terras se deitava com as escravas apenas com a função de objeto sexual.
A solidão da mulher negra fruto da herança histórica que associa a cor branca como luz e a negra com o obscuro. Hoje ainda vemos atitudes e opiniões maquiadas pelo progresso de uma sociedade que teima a ser incoerente e insensível.
Ser mulher negra é viver uma batalha diária contra o machismo, a misoginia e ao racismo. Viver uma luta incansável de sair das estatísticas da gravidez precoce, abandono do parceiro, de subempregos, baixa escolaridade e do estereótipo de mulher objeto e símbolo sexual. Luta contra o racismo institucional que pode não ser observado por muitos mas cada vez mais frequente na rotina das mulheres negras que por medo a repressão de olhares suspeitos e abordagens indignadas e agressivas não frequentam lugares, não saiem de casa certas horas, não se vestem à vontade ou têm que mostrar a bolsa em alguns estabelecimentos se oprimem. Uma vez que aprendem desde crianças que as pessoas acionam mecanismos de defesa com a sua aproximação. Ser mulher negra é um grande desafio. Lutar contra a desvalorização e de ser subjugada apenas por sua cor. Contudo o conceito de empoderamento feminino e de resiliência faz com que esta mulher seja sim, não apenas pra casar, mas como escolher quem, quando e onde. E se deseja um companheiro ou companheira.
O sentido de empoderamento é de dar a qualquer mulher o sentido de viver livre. Cada vez mais a conscientização, os debates, os fóruns nas redes sociais estão mostrando, instruindo e fortalecendo a mudança dessa herança histórica social.
"Se fere minha existência, serei resistência". Esta é uma ótima frase pra se repetir. Em busca do amor próprio em defesa dos direitos de escolha, de dignidade e de liberdade.