Hoje

Hoje me vejo com invejável calma, tranquilidade e paz. Eu mesmo, que sempre fui explosivo. exigente e inconsequente com todos.

Hoje me vejo vivendo o presente sem precedentes. Eu mesmo que, por ansiedade, perdi meu presente pensando no futuro. Futuro esse no qual em breve me veria lastimando o passado.

Hoje eu escrevo para mim. Eu mesmo que em quantas noites tanto escrevi textos, músicas e concertos para quem jamais iria senti-los, lê-los ou ouvi-los.

Hoje eu sou quem eu sou. Eu mesmo que sempre neguei meus próprios desejos para satisfazer os de quem jamais pensou em como eu me sentiria.

Hoje eu estou só. Eu mesmo que sempre tive medo do isolamento, tive que aprender da pior forma que a pior solidão é aquela que se sente a dois e que o tempo não para, mas que temos o nosso próprio tempo.

Hoje eu paro e respiro. Eu mesmo que sempre corri contra o tempo e jamais me dei ao luxo de parar.

Hoje percebo que por mais que me sentisse dessa forma, jamais estive vazio e a apatia era só uma forma da minha mente e meu corpo mostrar-me o quanto precisava da minha atenção. Pois nessa vida procurei em tudo e em todos o que na verdade só eu poderia me dar, procurei em todo lugar a resposta que só eu tinha. Mas hoje sou grato pois com todas as pessoas e possibilidades nesse mundo, eu pude me encontrar.

Percebi enfim que de todo amor que eu poderia precisar só eu poderia me dar.