O deus de si.

Não consegui te proteger da solidão

que eu mesmo criei.

Pois já me basta a minha e mais nenhuma.

Seguirei meu caminho de lamentos.

Aquele em que os prazeres de curto prazo me atendem.

As bebidas... Palavrões, cigarros e o sexo de tristes orgasmos.

Tristeza que se colhe como consequência dos desamores que se planta.

Colherei com um sorriso sádico e olhar distante...

Rindo de todos que se iludem.

Dos que precisam dos prazeres para aliviar suas dores...

Assim como eu.

Entre encontrar o sentido da vida e vivê-la...

Escolhi erroneamente.

E tenho um deus triste pela mesma razão.

Ambos rimos e indagamos: mas que merda fomos fazer?

Ao menos não serei mais parasita de expectativas.

Nem das alheias.

Emburrecer mais pode ajudar.

Mas isso não é possível...

Enquanto ainda não se tem demência ou alzheimer.

Mas a morte do ego também liberta.

Me tornei duro demais ao aprender a dizer "não".

Peguei pesado demais em não sentir mais culpa.

Mas é como droga. Você vicia. Sente prazer. E não volta atrás.

E você não mais... Volta atrás.

Nunca farei do presente um presente.

Mas o passado nunca mais me assombrará."

El Moura
Enviado por El Moura em 28/03/2019
Código do texto: T6610026
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