O meu maior mestre da vida é o Sofrimento: uma tomada de consciência.

O sofrimento ensina-nos muita coisa, quando o sofrimento é maior ensina nos coisas que nunca imaginamos em fazer: roubar, matar, enganar, extorquir, ameaçar quer dizer usamos todos meios para tentar atenuar a dor que o sofrimento nos trás. Mas para me o sofrimento ensinou-me muita coisa e de todas as coisas o mais importante foi fazer amizades. Por isso o sofrimento foi e ainda será o meu maior mestre da vida.

Quem não conhece o prazer da amizade fiel, constante, desse termo sentimento que faz vibrar duas almas numa mesma alegria, no duplo gozo duma mesma felicidade. O sofrimento fez me sentir. Que amizade é a nossa única riqueza, o nosso último refúgio e força; é a nossa melhor defesa contra o infortúnio e perfídias do mundo.

A intimidade criada pela amizade revela os profundos segredos dos nossos corações. Não há nada maior sagrado neste universo que me rodeia do que a amizade dedicada sem egoísmo e não obstante, haverá coisa que tão pouco cultivaremos e conservemos.

Muitas pessoas tratam de tudo, e nunca dedicam aos amigos senão raros momentos, quando pelo contrário, deviam ligar-lhes a maior importância. Não merecerão algum sacrifício os nossos amigos? Nada há mais belo no mundo do que a certeza de possuir amigos leais, prestimosos, cuja afeição não seja influenciada nem pela fortuna, nem pela pobreza, amigos que ainda nos amem mais na adversidade do que na prosperidade!

Parafraseando CÍCERO dizia com razão: “os que arrancassem da vida a amizade fariam o mesmo que se tirassem o sol ao mundo, porque não recebemos dos deuses imortais nada melhor nem dom mais delicioso” portanto o sofrimento continuo a mexer com minha estrutura e que primeiramente tinha amizade para a minimizar o sofrimento em todos sentidos, mais depois não sabia diferenciar o próprio meu mestre e o poder da amizade.

Que beneficio termos amigos entusiastas que se ocupam dos nossos interesses, trabalham constantemente por nos, nos dizem palavras alentadoras, quando nós sentimos indecisos ou desanimados; que suportam as nossas más disposições, procurando dissipa-las e as nossas impertinências; que nos defendem na ausência, ocultam as nossas fraquezas; que contem e desfazem maledicências; que destroem as mentiras que nos possam prejudicar; que desvendem as falsas impressões; que tentam manter-nos num bom caminho. Que pobre figura faríamos quase todos, se não tivéssemos amigos! Que triste reputação teria, se não tivéssemos amigos que nos defendem dos golpes e nós dessem bálsamos para curar as feridas cruéis feitas pelo mundo. Tudo isso foi ganhando em função do nível do sofrimento.

Muitos de nos seriamos pobres financeiramente se não tivéssemos amigos para nos enviar clientes e não nos proporcionassem trabalho, favorecendo-nos com todo seu prestígio. Oh! Que benefícios proporcionam os nossos amigos corrigindo as nossas idiossincrasias, combatendo as nossas fraquezas, procurando remediar as nossas faltas! Com este mundo seria triste e álgido, ermo, insípido, estúpido, sem os amigos que crêem em nos, quando todos os outros nos acusam; amigos que nos estimam não pelo que temos, mas pelo que somos. A universidade pedagógica delegação de Nampula ensinou me as boas condutas da sociedade o mais imperioso deste ensinamento foi o curso que faço ser professor é muita coisa que ninguém como eu merece ser ou ter este estatuto. O sofrimento sempre tentou levar me para o lado em que podia infligir a conduta da sociedade, mas o medo de envergonhar a instituição, os colegas do curso, em fim a todos aquele que saíram e pensam em estar na UP. O sofrimento fez me acreditar em amigos e esse sentimento também influenciado pela UP onde tem amigos que nem precisa pedir para serem seus amigos mas por causa do meio em que todos estão inseridos todos pecam em ser amigos de todos.

Quem poderá avaliar tal influência?

Os nossos melhores amigos nunca nos fazem sentir a nossa enfermidade ou fraqueza. Pelo contrário, ajuda-nos sempre a levantarmo-nos e a caminhar. Quantos de nos têm devido a um amigo a feliz mudança da vida! Quantas pessoas têm sido arrancadas ao desespero e ao desalento por um amigo leal e forte! Quantos homens e mulheres se têm livrado do suicídio com o pensamento de que alguém os ama e nele crê! Ainda mais quantos tem preferido sofrer torturas a decorarem ou deixarem cair no desespero os seus amigos. Um aperto de mão amiga ou uma palavra animadora, afetuosa, tem sido, muitas vezes, a salvação de uma vida. Com o sofrimento apreendi que não há nada mais sagrada no mundo que as nossas amizades.

O sofrimento brotou em me que ninguém neste mundo pode viver sem um amigo. Sem amigo a vida seria infrutífera e miserável. Ninguém pode gozar a vida mantendo-se num obsoleto isolamento. O que dá valor á nossa vida é agradável convivência, um carinhosa comunhão com os nossos semelhantes.

Quando o sofrimento tomava passos galopes acreditei que um dos motivos de muitas pessoas só encontrarem decepções na vida é nunca procurarem criar amigos. Podemos ter muitos conhecimentos, mas os conhecimentos não são amigos. Não faltam hoje milionários que não conhecem o luxo duma verdadeira amizade. Portanto, o real valor dos amigos aquilata-se pela sua influência no nosso caráter. Dizia o Dr. Hillis que “o destino é influenciado pela amizade. A fortuna dum rapaz faz-se ou compromete-se, segundo os companheiros escolhidos por ele.”

Com sofrimento apreendi que o fim de uma amizade é ter alguém que me seja mais carro do que eu mesmo. E pela salvação de que daria alegremente a minha vida.

O amigo sério é o livro de filosofia, o amigo alegre é o livro de humorístico. E nossa biblioteca também está apresentada pelo poeta, o romancista, o historiador. Quer dizer em nossas bibliotecas nenhum livro prejudica o outro, assim como os corações dos nossos amigos não se entre prejudicam.

Mas apesar de todo sofrimento, mantive a minha opinião e formei muitos laços de amizade. Alguns deles foram já despedaçados, o que muito me faz sofrer mas aprendi com o meu mestre uma grande verdade, que tenho gravado no coração: ser um verdadeiro amigo e sentir-se digno duma amizade verdadeira, é o caminho que conduz á felicidade real e duradoura.