ARRUMOU_________________
Arrumou um jeito de ser flor
à luz dos olhos enegrecidos.
- arrumou-se -
E prendeu os cabelos,
dobrou o lençol,
limpou as janelas e
fez um café...
Ergueu-se como deve
- a existência repartida -,
como tudo que se finda na vida,
o peito incêndio à beira do oceano nos olhos.
Abriu as janelas,
separou as cortinas,
e na mesa uma flor
- embriagada de cor -
a colorir o espaço em branco da toalha.
A casa perfumada adormecera com ela...
Caminha - em névoa -,
feito morrer sem ter nascido,
não deu tempo, não deu tempo...
Tropeço a tropeço...
Deixou-se fluir
- parte de si -,
em silêncio...
a sonhar a beleza que não existe.