5:00 am 23/03
Já fui mais assíduo no tema de escrever, a respeito de vomitar meus versos e rimas, ou palavras quaisquer que no meu ponto de vista ninguém vai entender mesmo... Hoje vejo que parei por falta de capricho mesmo, não é a tal da inspiração, isso se encontra só de olhar um pote de margarina mesmo, sério, já me aconteceu. A questão é, já parei mil vezes pra escrever coisas que pra mim eram profundas, e quando terminava o texto, deletava tudo pensando raivosamente "puta merda, mas que droga é essa que eu fiz". Vai saber, alguém podia ter gostado. Ou não. Fico com o 'ou não'.
Geralmente escrevia sobre meus sentimentos, minhas paixões vividas, as vezes camuflava isso em histórias fictícias onde parecia uma criação da minha imaginação, outras vezes usava mil e uma metáforas onde ninguém fosse compreender o que se passava, a não ser que eu contasse tooooda história pro vivente.. enfim, para a maioria, eram só palavras alocadas de forma 'bonita' pra parecer profundo. Mas era profundo, vinha de dentro de mim, não tinha como não ser, era parte da minha realidade (alguma coisa ainda é).
Lembro quando comecei publicar textos aqui, um amigo meu me influenciou, mas ele foi dessa pra melhor (um minuto de silêncio). Pronto, explicando bem, ele ta morando em Floripa, que é melhor que Concórdia... Ok..
Esse sou eu, humorista nato, piadista em qualquer assunto sério, romântico e pensador em 90% do tempo, mas só mostro meu lado engraçado.
Voltando a falar do meu começo, eu morava com meus pais, e sempre tinha um litro de alguma coisa no guarda-roupa, geralmente era whisky, (dos mais baratos, beem baratos). Eu tinha dois empregos, e chegava quando meus velhos já estavam dormindo, me trancava no quarto, e começava a beber e fumar (até hoje não sabem que eu fumo) e começava sair qualquer coisa que eu estava pensando, em forma de texto, poesia, discurso, conto... e eu me considerava bom nisso, até fiz amizade com dois camaradas que um dia chegaram pra mim dizendo: "cara, eu já li todos teus textos, tu escreve bem pra caralho, devia escrever mais", um deles é meu melhor amigo até hoje! (carinha feliz).
Lembro de como começamos a conversar em um bar, que ele inclusive chegou com essa mesma frase pra mim, e eu respondi "que merda né, a gente só escreve bem quando ta triste pra caralho, ta tudo uma merda e você consegue por um monte de dor e mágoa, e todo mundo acha bonito", tá, não foi exatamente com essas palavras, mas foi por aí, da um desconto, eu tava bêbado.
E dali pra frente, melhor amigos EVER!!!
Lembro que foi a última época que escrevi freneticamente, hoje solto um poema aqui... uma poesia ali... um textinho revoltado acolá... mas nunca mais foi da mesma forma.
Sempre quis escrever um livro, e como deve ser com todo mundo, meu medo de ser zoado era maior que a vontade de fazer isso. Quem sabe to perdendo a chance de ser um BAITA escritor, ou de descobrir que não sou, ser realista é conveniente afinal.
Circulam mil e uma histórias na minha cabeça, romances, dramas, histórias de ação e assassinato, coisas que até podiam render um bom filme, mas certamente ia precisar da ajuda de roteiristas profissionais (óbvio). Mas por que diabos eu não me boto a fazer isso duma vez??? Tenho medo que fique muito curto, ou muito enrolado, ou uma escrita ruim, ou como falei antes, descobrir que não tenho dom pra coisa.
Gosto de me comunicar, ainda mais nesse sentido, sem ter que manter uma conversa com uma pessoa estranha que vai te jogar mil e um argumentos e questionários do porque disso ou daquilo. Gosto de me expressar sozinho, poder ser eu mesmo, sem tentar agradar. Jogar os dedos no teclado e deixar que façam seu melhor. Gosto da sensação de fazer isso meio que imaginando uma narrativa do começo de um filme, ou as vezes até como se fosse o Sid Moreira narrando a bíblia (zoa...).
Mas hoje estou só meio fora mesmo, e me veio na cabeça deixar aqui um pouco do que estou passando. Essa vontade de voltar com tudo, sem ter o compromisso de ter que fazer todo dia, mas o querer fazer. E fazer mesmo porra!!!
Parece que to publicando num blog, hahahah como se "meus fãs" fossem acordar amanhã, e ir correndo ver o que eu escrevi de novo.
Mas sei que não tenho seguidores, fãs, ou coisa do tipo. Até gostaria. Sou muito vaidoso nesse sentido, de querer que as pessoas gostem de como me expresso, de querer saber como estou pensando, e do que gosto, e como gosto de pensar. Abro várias vezes meu perfil aqui pra ver se tem algum comentário novo, e quando tem (meio que nunca tem, mas um ou outro sempre aparece...) eu fico muito feliz, da vontade de correr pra pessoa, dar um abração e agradecer pakas kkk.
Bobo eu em ser feliz.
Essas coisas, pequenas coisas, ordinárias coisas que me fazem feliz.
O tanto que valorizo o apreço de um estranho em me tratar com educação, ou a falta de educação que vem de uma certa intimidade baseada na amizade, que já me trouxe vários amigos do nada, do tipo que só falta o cara dizer "hei, te conheci agora, mas me sinto a vontade o suficiente pra contar tudo o que to sentindo, o que to passando, e o que planejo pra sair dessa, ou pedir um conselho pra poder sair".
Sério, isso é o que mais amo em ser eu mesmo. O fato da confiança que as pessoas tem comigo pra contar coisas bobas, que as vezes não contariam nem pros seus amigos de longa data.
Talvez isso seja só algo que venha com a rotina boemia, mas prefiro pensar que é porque sou legal mesmo. E sou.
Mais um ponta-pé dado em uma pagina virtual.
Que se torne hábito escrever diariamente, não rotina, o gosto pela coisa.
Obrigado pra você que leu esse texto até aqui, considere-se um irmão (ou irmã). Pra mim o fato de não entediar alguém no meio da leitura, fazendo abandonar o texto pela metade, é uma grande forma de provar a eu mesmo que posso ser bom em alguma coisa, longe de ser o melhor, mas que tenho algo que sei fazer bem.
Abraço amigo leitor.