"Filhos da Terra"
Um, dois, três...Perdão!
A agulha perfurou o braço fino da menina magra;
Que sem muito entender se assustou com a picada;
O sangue subia enquanto a enfermeira sorria, e a criança sem entender nada;
Por sua mãe foi orientada a não chamar de pai aquele que ali estava;
Ele a olhava, procurando assemelhar seus traços ao da criança magra;
Já com outra família ele se encontrava, e não precisava de mais nada;
A criança pra ele sorriu, e ele então retribuiu;
Ouvi dizer que teria orgulho de seu pai ser;
Um,dois, três...Cinco anos depois
Naquela sala estava novamente, se prepara a agulha chega outra vez;
Ainda com seus olhos negros e ainda mais parecida com o moço da primeira vez ele ali estava;
Dessa vez inquieto, e sem entender qual o motivo de ter que fazer tudo outra vez;
Inquieta a criança já sonhava com a hora que poderia chama-lo de pai.
Ouvi dizer de uma moça que ali passava que não precisava de teste "é nítido a semelhança entre vocês".
Três,dois, um...
Dois testes;
Resultado nenhum;
Hoje a menina tem la seus 21;
É dona do seu nariz, e só corre atrás de ser feliz;
Pai pra quê? Se tenho tudo o que posso querer?
Assim pensava até sentir o que lhe faltava;
Quatro,cinco,seis...
Tudo outra vez...