"Filhos da Terra"

Um, dois, três...Perdão!

A agulha perfurou o braço fino da menina magra;

Que sem muito entender se assustou com a picada;

O sangue subia enquanto a enfermeira sorria, e a criança sem entender nada;

Por sua mãe foi orientada a não chamar de pai aquele que ali estava;

Ele a olhava, procurando assemelhar seus traços ao da criança magra;

Já com outra família ele se encontrava, e não precisava de mais nada;

A criança pra ele sorriu, e ele então retribuiu;

Ouvi dizer que teria orgulho de seu pai ser;

Um,dois, três...Cinco anos depois

Naquela sala estava novamente, se prepara a agulha chega outra vez;

Ainda com seus olhos negros e ainda mais parecida com o moço da primeira vez ele ali estava;

Dessa vez inquieto, e sem entender qual o motivo de ter que fazer tudo outra vez;

Inquieta a criança já sonhava com a hora que poderia chama-lo de pai.

Ouvi dizer de uma moça que ali passava que não precisava de teste "é nítido a semelhança entre vocês".

Três,dois, um...

Dois testes;

Resultado nenhum;

Hoje a menina tem la seus 21;

É dona do seu nariz, e só corre atrás de ser feliz;

Pai pra quê? Se tenho tudo o que posso querer?

Assim pensava até sentir o que lhe faltava;

Quatro,cinco,seis...

Tudo outra vez...

Kawane Menezes da Rocha
Enviado por Kawane Menezes da Rocha em 20/03/2019
Reeditado em 20/03/2019
Código do texto: T6602736
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