E se meu amigo estiver certo?

Por certo que desta feita, não me ocorre outra possibilidade de resposta senão, e só essa agora encontro, que do jeito que as coisas andam, não tardará o dia da tempestade. Não há chance de calmaria quando no leme do barco está um inábil, pra não dizer, um beócio cidadão que nada mais diz que não seja impropérios. É tamanha sua beocidade, que até o mais tosco dos seres, percebem tratar-se de alguém que, fosse noutros tempos, seria levado a forca, em praça pública. Todavia, e felizmente, não estamos mais naqueles tristes tempos - quando, em nome de uma justiça, e por mais insignificante que fosse o delito, corpos balançaram - e disso podemos dizer que evoluímos. Mas, tenho que lamentar, parece que aqueles fantasmas ainda insistem em se fazer presente. O tal cidadão, sempre que pode, lança mão de verdadeiras aberrações. E todas elas, e por isso lamento, tem seus seguidores. Fico a pensar se o que está ocorrendo, não seja sinal de que precisamos repensar o conceito de humano ou de humanidade. Sim. Não me parece condizente com o que seja humano, alguém, sem meias palavras e sem sublimação, fazer defesa de atos tão repugnantes. Difundir idéias que, na essência, nega tudo o que se pode classificar de humano. Não é do humano atacar pessoas com base na cor de pele. Não se pode dizer que é do humano, vituperar pessoas simplesmente porque não se compactua com sua visão de mundo. Ou, ainda, dizer pra que queira ouvir, que se tivesse um filho, cuja opção sexual fosse contrária a sua genitália, preferiria vê-lo morto ou virasse um deliquente. Oras bolas, fico cá com meus botões: do jeito que o barco vai, o ice Berg, não será um perigoso obstáculo. O perigo já está em quem está no leme.