PT e PSDB, aliados; PT não tem auto-crítica

Antes de 2018, era fácil para o PT e o PSDB conquistarem eleitores: bastava aterrorizar os brasileiros descrevendo-lhes a caveira um a do outro: o PT apresentava o PSDB como um bando de intelectuais almofadinhas elitistas que odeiam o povo brasileiro; o PSDB dava o PT como uma horda de bárbaros malcriados que desejam destruir o Brasil.

Entrando em cena outras personagens políticas que não compactuam com o simulacro de antagonismo entre os dois partidos, estes tiveram, em vão, de se desdobrarem para angariar votos. Os brasileiros, todavia, os preteriram em favor de Bolsonaro e outros que lhe seguem os passos.

E não se pode deixar de dizer: são corretas a descrição que o PT faz do PSDB e a que o PSDB faz do PT.

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PT e PSDB, que são aliados, esforçaram-se, nas eleições de 2018, para sustentar o antagonismo simulado; foram mal-sucedidos em tal empresa - atrapalhou-os um tal de Jair. Este, uma personalidade humana autêntica, com suas virtudes e seus vícios, contrastou com as personagens fictícias, criadas pela propaganda partidária, do drama tucanopetista. E neste novo cenário, PT e PSDB, perdendo a mão, não sabendo atuar de modo a conquistar corações e mentes, revelaram-se em sua inteireza, acabando por se mostrarem iguais em suas propostas, diferenciando-se um do outro apenas no discurso.

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Nas críticas que fazem à proposta de reforma da previdência, os petistas dizem que deve-se acabar com os privilégios de políticos e militares. Se é assim, surpreende-me que eles não tenham empreendido, durante os governos Lula e Dilma, uma reforma que desse cabo de tais privilégios.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 19/03/2019
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