Devaneios?
Quem nunca duvidou da vida reprimida?
Da oração não respondida, já me perguntei!
Do sofrimento alheio, nesta fria lida, me cansei!
Dos próprios sofrimentos, já nem sei.
Quem nunca quis descer do bonde
Sem saber aonde ia enfim chegar?
Quem esconde os próprios pensamentos
Sem saber se pode tudo assim pensar?
Nesta jornada insana, tantos desalentos
Muito sofrimento, quanto dissabor.
Nesta busca profana, pelo vil sucesso
Só vejo regresso, em meio ao desamor.
Nesta vida mundana, vejo muitos sem grana
Outros cheios de gana, só pensando em si.
Nas escolhas mal feitas vejo imaturos
Todos tão inseguros, em cima do muro só falta cair.
Quem nunca acreditou em sorte, vai negar?
Que olhando pro infinito aflito, se entregou num grito, ainda que em silêncio e fito
Olhando pra alguém bonito, se achou ridículo e injustiçado quis assim se declarar.
Quem decidiu na vida, quem sorri primeiro
Ou quem em derradeiro pudesse sorrir?
Como se o dinheiro que compra alegria
E faz melhor o dia, pudesse suprir
Olhares de ousadia, toda sabedoria, empatia, boa energia, vida sadia que vai aonde quer ir.
Quem vai calar minha sede de entendimento
Com a tal prerrogativa do discernimento?
Que só pertence a alguns modestamente vis
Quem é sincero ao ponto de assim como eu
Também se entregar com perguntas que fiz?
Quem, sem ser super-herói, vai assumir
Que nunca soube tudo e na aflição da vida
A mesma dor que eu, também vai dividir?
Quem?