Devaneios?

Quem nunca duvidou da vida reprimida?

Da oração não respondida, já me perguntei!

Do sofrimento alheio, nesta fria lida, me cansei!

Dos próprios sofrimentos, já nem sei.

Quem nunca quis descer do bonde

Sem saber aonde ia enfim chegar?

Quem esconde os próprios pensamentos

Sem saber se pode tudo assim pensar?

Nesta jornada insana, tantos desalentos

Muito sofrimento, quanto dissabor.

Nesta busca profana, pelo vil sucesso

Só vejo regresso, em meio ao desamor.

Nesta vida mundana, vejo muitos sem grana

Outros cheios de gana, só pensando em si.

Nas escolhas mal feitas vejo imaturos

Todos tão inseguros, em cima do muro só falta cair.

Quem nunca acreditou em sorte, vai negar?

Que olhando pro infinito aflito, se entregou num grito, ainda que em silêncio e fito

Olhando pra alguém bonito, se achou ridículo e injustiçado quis assim se declarar.

Quem decidiu na vida, quem sorri primeiro

Ou quem em derradeiro pudesse sorrir?

Como se o dinheiro que compra alegria

E faz melhor o dia, pudesse suprir

Olhares de ousadia, toda sabedoria, empatia, boa energia, vida sadia que vai aonde quer ir.

Quem vai calar minha sede de entendimento

Com a tal prerrogativa do discernimento?

Que só pertence a alguns modestamente vis

Quem é sincero ao ponto de assim como eu

Também se entregar com perguntas que fiz?

Quem, sem ser super-herói, vai assumir

Que nunca soube tudo e na aflição da vida

A mesma dor que eu, também vai dividir?

Quem?

Harlen Ribeiro
Enviado por Harlen Ribeiro em 17/03/2019
Reeditado em 17/03/2019
Código do texto: T6600089
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