O erro de seguir um roteiro

Considerando ser justo, a gente erra. Dentro dos padrões da ética e da moral da nossa sociedade, entendemos e apontamos os erros nossos e os dos outros.

Mas para além disso a gente erra, sem entender do erro, sem querer ter errado. E a gente erra com muitas pessoas e com nós mesmos.

Nem sempre consideramos erros, mas as pessoas apontam como tal, por não agirmos como se esperava. Poque sim, a gente sempre espera que alguém se comporte da maneira que queremos, que sinta o que queremos, e que ainda adivinhe o que a gente quer e faça conforme o roteiro desenhado na nossa cabeça. Mas erramos com nós mesmo ao tentar nos adaptarmos aos desejos dos outros. E não erramos quando não seguimos o roteiro de outra pessoa. E somos injustos quando desenhamos um roteiro e esperamos que alguém além de nós, o siga. A consequência é a decepção e a injusta acusação do outro como culpado desse sofrimento. A gente sempre aponta culpados, qualquer um pode ser, menos a gente.

Ao entender que quase nada se controla, nem o tempo, nem as pessoas, nem as relações que construímos, percebemos que podemos controlar o nosso sofrimento diante das coisas.

O sentimento não é algo que se tem controle, e quando se tenta controlar ele deixa de ser bonito e passa a ser pesado, ruim.

As pessoas estão sempre mudando, gostos, perspectivas, vontades, ideias e isso faz parte do amadurecimento, do crescimento delas. Assim como nós sabemos que não somos os mesmo de anos atrás, o nosso olhar sobre as coisas mudou, as nossas necessidades mudaram, as prioridades também. E não há nada de errado nisso. Errado é se prender a vontade do outro e não respeitar a nossa. Não respeitar nosso tempo, nossa vontade, nossos momentos.

É importante respeitar e cuidar pra não machucar o outro, mas isso acontece quando somos sinceros com nós mesmos e consequentemente com as pessoas. Criar situações, irresponsavelmente pode custar bem caro. Seguir o roteiro do outro também, assim como esperar que elas sigam o nosso.