Uma nova obsessão
Aqui estou eu novamente sobre um novo objeto de obsessão.
Em busca de algo leve, acreditei ter encontrado, senti ter acertado, mas, de tão leve que era, precisava de um peso para não voar para longe.
Ele é leve, calmo, pacífico, como a pena de uma pomba viva, cuja pena, um pedaço orgânico, porém, não vivo, se desprendeu de sua fonte e já não tem utilidade. Ou, ao menos, não serve aos propósitos do pássaro.
Então, para que não voe, esparramo todo o meu peso sobre ele. Assim, não fica desorientado. Ele não tem mais o pombo que o levava aos lugares. Uma pena só, para onde pode ir apenas pela sua vontade? E que fique claro que a vontade da pena agora sou eu.
Com esse meu peso com que te impedi de voar, de ser levado pelo vento para qualquer lugar, sei que senti pena. Porque você era tão leve...
E eu, tão pesada...
Então essa pena voou, tão rápido quanto havia chegado. Mal o tempo passou e outra pena foi trazida pelo vento. Eu não queria mais brincar de colecionar penas que me fizessem pesar. Essa pena já não sei se é tão leve. Mas já é a minha nova obsessão.