Mente
Eu preciso acabar com tudo isso, preciso me desapegar desta compulsão, desta paranóia, desta necessidade de querer controlar o que não está sob o meu controle. De querer que tudo seja do meu jeito.
Preciso deixar essa paranóia de lado. Preciso não ver. Parar de perseguir e de me sentir perseguida.
Parar de imaginar, de procurar, e de imaginar, de novo.
Preciso tirar tudo isso da minha mente. Mas tudo isso não sai daqui de dentro.
Tudo isso é doentio, e eu sei disso, eu sei que é. Mas essas coisas não me abandonam.
Como fugir disso? Como apagar coisas que a cada pensamento ficam mais gravadas, como xilogravuras constantemente retocadas, risco sobre risco, cicatriz sobre cicatriz, traços sobre o mesmo traço, repetidas vezes, e que tornam a ferida na pele cada vez mais profunda? Feridas que são abertas e machucadas repetidas vezes, a cada incisão, mais insensível, mais suportável, porém, mais cruel.
Eu poderei ter a resposta para isso, quando minha mente já não estiver aqui. Então, eu não estarei.