LIVRE ESCOLHA

Quando ponderamos sobre o mundo, paradoxos e coincidências são indicações de teorias falhas. Perspectivas e opiniões nos dão espaço em todas as possíveis alternativas que podem existir, e deve haver uma regra de simplicidade na natureza da vida que não vá de encontro a substância real e previsível das coisas e suas origens.

Vivemos numa cultura que não valoriza o crescimento mental e o pensamento crítico, onde as pessoas estão cada vez mais governadas por noções estreitas da mídia, do governo, da classe dominante e do mercado num clima político e cultural que radicalmente subestima o pensamento crítico de uma intelectualidade inclinada a hábitos dissidentes, que não aceita conversa de suplementos superficiais numa esfera onde o intelecto inteligente não é o segmento que mantêm a perspectiva reduzida às mercantilizações do conhecimento nas universidades e na publicação de livros. E sim, o dom daqueles que, na sua tendência, laboram com princípios expressos em palavras, norteando singularmente o curso de expressões que outros absorvem, dotados de mentes diligentes, consciências protagonistas centrais na jornada de nossa existência no rito de passagem da vida.

Comumente tardia, a observação origina a sabedoria. Contudo, poucos contemplam o que se esconde no óbvio, a despeito da fugacidade passageira, a incerteza e os mistérios da vida. O mistério é que é o mistério, pois, em grande parte do que existe, a desorganização e a ilusão do conhecimento escondem a solução das questões, uma vez que as respostas estão em nós, para criar uma vida livre, bela e feliz, e tornar esta jornada efêmera numa aventura maravilhosa.

O “Que” e “Como”, criam conhecimento, e há várias maneiras de obter a mesma resposta, pois, padrões teóricos podem levar a novos caminhos, fazendo-se necessário atentar para a representação teórica das coisas, porque, se não há um paradigma explicativo abrangente, a consciência não está sendo diligente.

O conjunto de nossas ideias deve fazer sentido, e a perfeição equivale ao equilíbrio onde não há estabilidade, e tem um diferencial de valor. A decisão tem fim, mas, a discussão é eterna até a definição. Portanto, entre o argumento e sua solução existem variáveis e diferenciais.

Por isso buscamos a prova empírica, que é um conceito do pensamento para verificar a exatidão dos argumentos, mas não demonstra infalibilidade, pois, as antecipações lógicas podem falhar ao conectar premissas a conclusões, da mesma forma, afirmações contraditórias podem ser comprovadas.

A verdade é auto contida e não está no nosso espaço-tempo. Portanto, só podemos antecipar o que pode acontecer, porque só vemos uma pequena parte da imagem, que só nos permite prever estimativas.

Entretanto, na busca da verdade é preciso questionar, não desacreditar. Vale a pena pensar pela mera habilidade do pensamento. É um sacrifício a dedicação constante ao exercício de aprender a aprender. As pessoas deixam de usar a imaginação e perdem a curiosidade, esquecendo que podem fazer uma mudança. É preciso pensar em termos abstratos para que nosso cérebro reestruture suas funções em auxiliar-nos a compreender, pois, as coisas não são tão complicadas, se observadas com simplicidade.

Não há inteligência fixa, apenas sabedoria e motivação, um processo de crescimento. Alguns veem, mas, muitos não enxergam o que já está a frente, escondido na simplicidade do óbvio. Por isso é preciso pensar fora da gente, para enxergar as coisas ordinárias e se aproximar da compreensão das verdadeiras implicações das coisas, pois, a questão não se resume em estudar o problema e sim, solucioná-lo, aceitando as ideias mais convencionadas até fragmentá-las, ou remontar completamente as peças de uma análise para mudar radicalmente uma perspectiva, observando para compreender e descrever uma ocorrência diária.

A propriedade é um conceito social, e a realidade é representada como um objeto independente. O intelecto é uma parte inata de nós, mutável e contingente, e não se misturam bem. Porém, o único bem inclusivo e exclusivo do homem é seu pensamento.

Para resolver as questões com a habilidade de eliminar viés, sem noções preconcebidas, com diligência e persistência para curar a curiosidade, o entusiasmo e unidade para resolver problemas, precisamos raciocinar por nós mesmos.

Quando não existiam computadores, a mente era a melhor ferramenta para resolver um problema e, apenas se podia sentar e pensar em como elucidar o enigma, usando a autodisciplina e criando motivação e unidade para descobrir isso por conta própria, o que proporcionava o entendimento do conhecimento em um nível muito mais profundo, deixando em mãos a pergunta, não facilitando a resposta, desenvolvendo a capacidade de lidar com a dissonância o tempo suficiente para chegar à resposta por si mesmo.

Hoje, na era do computador, que não passa de uma máquina que calcula os números rapidamente, mas, não pensa abstratamente, não aprende, e nunca, autonomamente, trará ideias novas, onde a solução está sempre a poucos dedos de distância, se aprende mais, apenas memorizando em vez de descobrir, porém, sem compreender intrinsecamente.

O mundo não carece nos entender! Nosso condicionamento requer que o compreendamos! Sendo a compreensão o objetivo da aprendizagem, toda troca de conhecimento deveria aproximar-se do quadrado da aquisição do saber progressivo, não uma barreira intransponível de obstáculos, sendo inválido substituir um momento de compreensão por uma vida inteira de conhecimento.

Porém, de modo geral, o argumento deve ser acessível ao entendimento das pessoas. Afinal, se alguém não pode explicar algo a uma pessoa ignorante do assunto, numa maneira compreensível, então ela não compreende do que está falando. É preciso desenvolver o argumento ao ponto de eliminar ao máximo as regras da busca até transformá-lo numa mera procura sem expectativas.

Para que a comunicação humana exista eficazmente, segue suposições baseadas no contexto da conversa, pois, a linguagem se resume a uma ordem de conotações vocais conectadas a princípios maiores e mais complexos que as encarnam e, as respostas devem ser esclarecedoras, explicando a questão de forma clara e sucinta informando uma linha correta de perguntas além de um mero fato elementar.

Embora seja preciso manter a explicação acessível a todos, algumas premissas não podem ser simplificadas ao nível de todos compreenderem, sob o risco de perderem o significado. Na possibilidade de algum aspecto novo sobre uma teoria existente, talvez haja algum proveito em considerar novos pensamentos ou conceitos sobre ideias conhecidas, pois, a linguagem é nosso mestre, e nosso mundo se limita às nossas palavras. Quem entende, sabe que além do domínio das suposições individuais, existe uma esfera íntima na qual as argumentações vivem, interagem, se aplicam e produzem novas ideias.

A ciência não é sobre a resposta certa, mas, sobre o que a resposta não pode ser. O papel da ciência em descobrir e desenvolver uma solução para uma questão ou, uma cura para uma doença, não determina se, ou por que devemos desenvolver um recurso, uma cura, ou priorizar algo além do desenvolvimento de uma cura.

A ciência, conspiratória, autointitulada detentora da verdade, floresce em torno do discurso político, mantendo um absolutismo intelectual em torno de si, é um subconjunto da filosofia, ou seja, um padrão de conhecimento que determina definições formadas pelo pensamento. Portanto, sem a filosofia a ciência não tem a mesma utilidade.

O propósito do rigor da filosofia é buscar ser consistente com o experimental ou o observável, analisando o exercício da ciência para encontrar onde suas conclusões são frágeis baseadas em suas evidências, englobando tudo o que se baseia em um sistema racional de padrões indutivos ou dedutivos.

A ciência geralmente procede construindo sobre o que veio antes, um processo contínuo, sempre atualizando-se. Cientistas individuais não são profetas ou oráculos, pois, o entendimento humano baseia-se no porque das coisas, buscando provar, insistentemente, como acontecem, e finalmente se resumindo a nós. Porque, a ciência, que intrinsecamente nada explica, à proporção em que representa padrões combinados, busca elucidar a questão presumindo o que ocorreria se fosse verdadeiro. Se as implicações da questão acontecem na realidade, a ciência sugere a possibilidade de uma reflexão real, desde que a questão e a realidade conduzam à mesma conclusão, o que nos encaminha à filosofia, que nunca irá nos oferecer uma resposta tangível, apenas, uma forma de racionalizar nossa aceitação de conclusões baseadas na lógica e motivos que empregamos, o que explica ser o “Porque”, algo além de nossa compreensão e alcance. Em geral, os Porquês, levam a uma regressão infinita de porquês. Provavelmente o Porque, possa ser explicado pela soma de tudo que ocorreu na história de um acontecimento, além do que podemos saber ou quantificar. Ambas disciplinas são, meramente, duas respostas de diferentes pontos de vista, e nenhuma é mais verdadeira do que a outra. Isso mostra a exata cisão entre ciência e filosofia, e demonstra, também, como ambas as interpretações são necessárias para satisfazer a resposta.

Os nomes das coisas não significam tanto quanto saber sobre as coisas e a ideação da natureza, pois, o caminho para o aprendizado da compreensão é um processo de tentativa e erro em nosso convívio com a filosofia da ignorância. Precisamos duvidar para sair do confinamento dos limites de nossa imaginação existente e nos interessar em melhorar as soluções, pois, o incompreensível não está meramente longe da próxima noção que podemos encontrar, mas no cerne da questão.

Devemos buscar educar nossos filhos instruindo neles o inegável e incondicional direito a intuição e ao conceito para muni-los do que podem saber, fazer e antecipar da vida admirando as maravilhas sem deixar a educação ser um obstáculo na caminhada para aprender como aprender, pensar e descobrir os princípios universais de viver e conviver conscientes do significado do que os rodeia, iluminando-os com o entusiasmo para aprender e a admiração pelas maravilhas, seguindo o que é certo, e não o que está estabelecido, sem deixar que o saber estabelecido seja um entrave entre eles e sua aprendizagem, tornando-os em seres presentes e emocionalmente saudáveis, esclarecendo como aprender e o que ensinar, influenciando-os a duvidar e questionar a cultura e a civilização, permitindo a curiosidade e as evidências do pensamento cognitivo conduzi-los a pensar idealmente no futuro, interessar-se que seu comportamento e visão do mundo seja diferente, para que não sejam intelectualmente empobrecidos. Finalmente, para perceberem uma forma concisa e simplificada de ponderar sobre as questões. Portanto, é importante transmitir aos nossos filhos, com equilíbrio e habilidade, tanto a aceitação quanto a rejeição do passado, acautelando-os do risco de crer na certeza dos ensinamentos das gerações precedentes. Que aprendam a aprender e pensem por si mesmos reaprendendo a ver o mundo! Dizer a eles, que o importante é apenas ser, autenticamente, eles!

Alguns argumentam a inutilidade e invalidade da religião em face da suposta realidade física. Também, põe em xeque a racionalidade da ciência em presumir as realidades da mente, da sociedade e das emoções. Contudo, num âmbito estreito sem relevância exclusiva, tanto a ciência quanto a religião são úteis e essenciais na vida do homem. A medula da questão é que não podemos direcionar uma cisão entre a fé e a razão.

Embora nossa interpretação seja influenciada pelo mistério dos sentimentos e concorde com nossa percepção, entre a história e a ciência o improvável pode tornar-se possível, pois, o conhecimento pertence à humanidade e inspira o mundo.

A crença é uma virtude em si mesma e mais forte do que a evidência! Porém, não representa a verdade! Entretanto, entendendo que a vida se origina da Vida, a ciência aproxima o homem da natureza.

Conceitos fora do sentido e limite de nossa capacidade cognitiva, são permanentes, pois, não temos uma compreensão definida do universo, apenas teorias do mundo. Podemos, apenas, devanear sobre os limites do universo ou lidar com o embaraço da explicação sobre a força gravitacional. Portanto, crer ou não crer, é uma escolha!

A questão consequente é: se a verdade é a propriedade de uma afirmação, apenas um método de descrever o comportamento de limites, um domínio próximo da fé, ou, um caminho para a esperança do renascimento?

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 27/02/2019
Reeditado em 01/03/2019
Código do texto: T6585749
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.