Indubitavelmente confuso
Indubitavelmente confuso
"Tenho tanta coisa pra dizer, tantas coisas que não são muitas tampouco inúteis, mas não encontro palavras, palavras essas que não me encontram - desencontradas são as mesmas que eu disse anteriormente - a mente desfaz o que eu quero expressar. O 'Tudo' se torna um tanto nada e o 'Nada' se torna o quanto tudo. A verdade é tão pequena nessa massa de mentiras. A mentira e a verdade são irmãs siamesas que foram separadas mas criadas juntas. O que eu quero dizer com isso? Não sei. Não sei se omito a verdade ou a escondo, não sei se escrevo verdadeiras mentiras ou mentiras verdadeiras. Estou sem ação. Porém, acredito que essas mesmas palavras escritas são só um conjunto de letras - escritas ou proferidas - são só palavras vagas se não vierem juntas de um sentimento ou de atitudes. Confuso? Confuso estou comigo mesmo, as palavras surgem e somem subitamente, aproveito um descuido da mente, resta-me uma ou duas palavras, não consigo mais e paro... Continuo querendo dizer algo, mas o 'Nada' me vem com tudo e tudo me escapa. Contudo, tudo isso falo mas não me declaro e nem sei mais o que dizer, não estou sendo sucintamente claro, indubitavelmente confuso. A equação das variáveis não expressa matematicamente a minha mente. Mente? A minha não mente, não pra mim mesmo, mas agora..."
Agora...
Não tenho mais nada a declarar.
Fui claro?